Cassio Politi: O Think Tech está no ar. Meu nome é Cassio Politi e junto com Algar Tech nós vamos embarcar nessa jornada de repensar possibilidades. No episódio de hoje a gente faz uma imersão em tecnologia a serviço do crédito para restaurantes. Como de praxe eu abro o podcast com a Sara, a nossa especialista virtual em negócios aqui da Algar Tech. Sara, você com o seu cérebro eletrônico e a sua vivência digital sabe que o setor de restaurantes é relevante por dois motivos, não é? É um setor grande e faz parte da vida de qualquer pessoa. O fato é que são empresas que neste momento precisam de crédito porque sofreram bastante com a pandemia, concorda, Sara?

Sara: Oi, Cassio. Concordo sim. A estimativa da associação do setor é de que 30% dos bares e restaurantes tenham fechado temporária ou definitivamente por causa da pandemia. Uma reportagem da Exame mostra que 78% dessas empresas tentaram um empréstimo, sendo que 43% não conseguiram.

Cassio Politi: Importante esse dado, viu, Sara? Porque ele nos leva ao tema do podcast de hoje. E o tema do bate papo de hoje, como eu disse, tem muito a ver com o setor de crédito para restaurantes. Por isso a gente trás o Daniel Bergman, CEO da Movile Pay. Bom, Movile Pay é uma empresa que está trazendo serviços financeiros para o ecossistema do Ifood. Começou criando o banco dos restaurantes, depois avançou e hoje está ali junto com o Ifood que foi reconhecido como uma das dez empresas mais inovadoras da América Latina, justamente por causa do Movile Pay, a fonte desse ranking é a Fast Company. Daniel, muito bom receber você aqui, obrigado por aceitar o convite para o bate papo aqui no Think Tech, Daniel.

Daniel Bergman: Cassio, muito bom estar aqui contigo, eu que agradeço a oportunidade de a gente conversar.

Cassio Politi: É uma honra ter você aqui, Daniel. Nesse momento especialmente, que a gente está vendo os restaurantes terem uma retomada natural, sofreram muito com a pandemia, o último dado que eu tive falava em 350 milhões de restaurantes vendidos, então um milhão e meio de postos de trabalho perdidos. Isso dados de 2021, espero que eles não tenham piorando muito, mas você ver que foi um setor que foi muito, muito impactado. Aí vem a minha pergunta, Daniel, como funciona uma empresa, uma fintech trazer crédito para um setor tão específico?

Daniel Bergman: Joia, Cassio. Veja, realmente é bastante desafiador esse contexto todo em que nós estamos, mas a forma que a gente encontrou de trazer crédito, de trazer essas ofertas para esse setor inteiro tão machucado, principalmente na pandemia, foi nós aproximarmos muito dos dados e do conhecimento que a gente já tem sobre os restaurantes. Obviamente sempre com a autorização dos restaurantes, mas a gente conhecendo cada vez mais os restaurantes, conhecendo as jornadas deles, trazendo esse serviço financeiro crédito para dentro da jornada, utilizando os dados deles que eles autorizam utilizar para a gente saber a quanto tempo eles estão vendendo, qual a frequência média de vendas, como está a performance deles, nos faz poder entender o restaurante como ninguém. Tem uma frase que é muito legal, Cassio, que falam que muita gente entende de dinheiro, muita instituição, muito banco entende de dinheiro, mas pouca gente conhece a sua vida, a vida do seu negócio, o que você precisa para vender mais, para melhorar. Ai que a gente se diferencia amarrados ao Ifood, a gente consegue fazer a vida do restaurante para superar e entender em que momento o restaurante está, aí sim dá bastante crédito de forma bastante responsável. 

Cassio Politi: Esses dados são informados pelo próprio restaurante? Eu queria focar nesse ponto de dados, a gente começa a mexer com tecnologia quando a gente fala em dados. São dados que vocês obtêm como? O restaurante declara esses dados? Existe alguma outra forma de capturar informações mais fidedignas?

Daniel Bergman: O restaurante nos autoriza a ter acesso a esses dados dele que transitam por dentro do Ifood. Então eu consigo ver se o restaurante está vendendo uma pizza, dez pizzas, 50 pizzas, a quanto tempo ele vendia, como ele está funcionando, a performance de venda dele e com base nisso a gente consegue criar modelos com projeções de venda, de receita, de (turn), cancelamento de base, assim por diante, que nos dá bastante segurança que é diante com esse modelo de crédito.

Cassio Politi: Perfeito. A partir desse momento, como é que funciona então a operação desses dados, Daniel? Do ponto de vista tecnológico mesmo, porque eu fico aqui imaginando que tipo de tecnologia ou metodologia vocês devem usar. Vocês estão falando o que? Big data? Inteligência artificial? É desse universo que a gente está falando que seriam os pilares da Movile Pay?

Daniel Bergman: Exato, principalmente inteligência artificial, Cassio. Hoje o que a gente tem são modelos internos construídos que nos dão a previsão do que vai acontecer com a vida financeira do restaurante, ou seja, tem uma previsão do que vai acontecer nos próximos três, quatro, cinco, seis meses com bastante acuracidade. O que nos permite é criar políticas de concessão de crédito baseado no que vai acontecer com o restaurante no futuro. Então é dessa forma que a gente consegue com bastante inteligência artificial modelar isso para poder viabilizar esse crédito.

Cassio Politi: E qual é a lógica aí, Daniel? É a mesma de um banco? Porque eu fico aqui pensando, um banco, um banco de varejo, não é? Hoje quando você vai pedir um empréstimo, um cartão de crédito também, em segundos você recebe a resposta porque está sendo feito uma análise ali com birô de crédito, tipo Serasa, o próprio histórico seu naquele banco. Hoje com open banking essa abundância de dados é ainda maior, essa lógica é parecida no sentido de quanto eu posso dar de dinheiro e até quando eu posso cobrar de juros? É uma lógica parecida do que vocês fazem com restaurante em relação a aquela que a gente como pessoa física passa na hora de pedir um cartão novo?

Daniel Bergman: É importante esclarecer um detalhe antes, tá, Cassio? A gente não dá crédito diretamente, a gente não é banco. Preciso falar isso até por regulamentação do Banco Central, a gente ajuda a viabilizar o crédito para todos esses parceiros, é um ponto fundamental para esclarecer. E sim, a gente faz essas predições para os parceiros que vão acabar, os fundos que vão acabar concedendo esse crédito e a gente acaba ofertando esse crédito para que a gente tenha pré-aprovarão, a gente sabe que a chance de ele querer o crédito, dele ser aprovado no crédito é muito alta. Obvio que depois ele querer o crédito, a gente consulta as instituições, birô de crédito ainda são feitas para validar alguns detalhes e depois sim o crédito é viabilizado. 

Cassio Politi: Daniel, eu queria entender a operação de vocês, a análise humana, ela morreu? Tem uma sobrevida? Em algum momento entra filling, experiência do ser humano ou isso já está completamente fora? O algoritmo já te dá, o robô já te dá com precisão, vai aqui, libera para esse restaurante, não libera para aquele. Como está o ser humano nessa brincadeira? 

Daniel Bergman: O ser humano é imprescindível, mas de forma alguma tem filling, tá Cassio? É tudo data archived, é tudo baseado em dados. Então onde entra o ser humano? Na modelagem e construção dos modelos de aprendizado e revisão para continuar com o aprendizado, inserir e procurar premissas novas, tentar criar produtos novos de crédito e assim por diante. Então é super interessante porque o ser humano está completamente fora daquele trabalho braçal no fim da tomada de decisão, ele sim está no lado de negócio, de criação de novos produtos, de conhecer muito bem o cliente final, o restaurante para saber o que o produto que a gente consegue oferecer ou criar, colocar um novo na prateleira, como a gente consegue aperfeiçoar os nossos modelos e assim por diante. 

Cassio Politi: Quando se fala em Movile Pay acho que a gente imaginaria uma empresa cheia de gente trabalhando em duas frentes, talvez especialistas em restaurante, talvez especialistas em créditos, economistas, administradores, é o que primeiro vem à cabeça. O que eu queria te perguntar qual o tamanho da estrutura de TI dentro de vocês? Ela é a maior, ela é a mais parruda?

Daniel Bergman: Disparado. Hoje mais da metade das empresas são tech. Além do time de tech, Cassio, um outro time que ele é grande, mas não é maior que o de tech, é o time de data scientist, é o time de analista de dados, especialistas de dados entre aspas. Então é aí que está o coração da empresa, a área mais sensível da gente ter tech e data scientist, tech e data scientist. Porque é quem constrói o que a gente está fazendo, é quem vai conseguir entregar um produto muito bom para o restaurante, conseguir melhorar a qualidade da empresa, aumentar a receita, reduzir perdas e assim por diante.

Cassio Politi: Perfeito. Quando você fala em data science, a gente outro dia estava até conversando no próprio podcast com um pessoal dessa área, ali na conversa de bastidores depois eles me falaram o seguinte, olha, existe um certo mito sobre quem é o cara do data science e eles contaram, não sei se é a realidade de vocês, que contratam hoje diversos perfis de profissionais nessa área, então tem às vezes engenheiro, tem as vezes, bom, o melhor que ouvi foi oceanógrafo na equipe dele. Como você percebe essa área? É assim mesmo? O cara precisa ser ali, não precisa ser necessariamente quem vai manipular os dados, mas precisa ser uma pessoa que lide bem com os dados ou em uma empresa com o perfil de vocês, uma fintech a gente está falando de um perfil mais hardcore mesmo, mais cientista de dados que traçou a carreira em cima disso.

Daniel Bergman: Veja, na empresa como um todo nós temos espaços e cadeiras super relevantes para todo tipo de perfil e background. Oceanógrafos são bem-vindos, mas talvez não por dominar o tema do mar, são bem-vindos por outras coisas. Mas a gente precisa também bastante, a gente chama de soft skill, não é? Ter empatia, conseguir conversar com o cliente, entender bem o que ele está precisando, isso para nós é de um valor imenso, conseguir ter isso e conseguir traduzir isso em produtos. Agora quando você atinge o data scientist, via de regra todo mundo sabe manipular mexer com dados, mas é também verdade que existem várias subdivisões, tem o data engineering que vai cuidar dos dados, data modeling, data scientist, tem umas três ou quatro especificações ali dentro do universo que a gente precisa fechar essas cadeiras e trazer todas elas. 

Cassio Politi: Eu estou pensando aqui se vocês lidam então com um grupo grande de profissionais de ti. Está muito difícil contratar para ti, não é? É o que a gente vê no mercado reportando um apagão de ti. Isso é uma realidade, eu imagino, para todo mundo. Por outro lado, vocês têm ali, vocês estão em um lugar muito bom do mercado que é uma empresa com aquele x factor, não é? Claro, o nome Movile talvez não seja o mais conhecido, mas quem vocês têm dentro de casa ajuda muito, a começar pelo Ifood e as empresas irmãs do grupo, elas são, perdoe o que eu vou falar, mas elas são sexy hoje, são empresas que as pessoas curtem, usam, querem trabalhar. Claro que volta e meia têm um ou outro problema, mas se você conversar com as pessoas em geral são empresas simpáticas. Isso ajuda de alguma forma atrair talentos de ti ou vocês estão na mesma luta que todo mundo?

Daniel Bergman: Employer branding ajuda muitíssimo, é muito importante a gente ter isso muito forte. Nomes como Ifood, nomes como a própria Movile agora a nossa Movile Pay ajuda muito nessa atração de talentos técnicos. Mas tem outras coisas que a gente faz que ajudam muito também. Então ter uma missão clara em que as pessoas consigam se engajar, tangibilizar e se identificar é fundamental para trazer talentos e manter esses talentos depois. E por último, ter um ambiente de trabalho ainda mais em época de pandemia em que a gente permita às pessoas, a gente dá um ambiente um pouco mais flexível, um pouco não, bastante mais flexível, hoje nós somos remote first, então todo mundo trabalha em casa, temos funcionários em quase 20 Estados do país. Então dar essa liberdade para as pessoas, confiar nelas, trabalhar com total transparência, ter esse ambiente de trabalho super positivo é o terceiro tripé que eu digo que nos ajuda muito a conseguir trazer os talentos que a gente precisa trazer para cá. 

Cassio Politi: Daniel, vocês já viabilizaram a concessão de 350 milhões de reais em créditos para restaurantes e pelo volume de restaurantes que vocês beneficiaram ou ajudaram com crédito, são mais de 20 mil, de quais restaurantes a gente está falando? Porque por esse volume eu fico tentando aqui entender se tem um segmento específico ou se você está atendendo desde os restaurantes maiores, redes às vezes, até aquele restaurante do seu Zé na esquina. Quem é que está recebendo essa ajuda?

Daniel Bergman: Hoje quase 80% dos restaurantes na nota base da Movile Pay que tem conta com a gente, conta digital, são restaurantes (inint), são os restaurantes pequenos. A gente também dá crédito para alguns restaurantes maiores, redes um pouco menores. Restaurantes muito grandes não é o nosso foco, simplesmente Cassio, porque eles não precisam da nossa ajuda, eles têm por exemplo um CFO que fala direto com o corporate do Bradesco para pegar empréstimo, então eles não precisam da nossa ajuda. Agora esse restaurante pequeno que vai fazendo dívida, tem dificuldade em gerir fluxo de caixa, tem uma série de problemas, esse sim precisa da nossa ajuda. Então nós começamos por essa cauda longa dos restaurantes com restaurantes menores e é onde a gente mais tem tido adesão, mais tem tido sucesso em poder ajudar. 

Cassio Politi: Eu imagino que seja também um pessoal que na gestão desse perfil, um pessoal que não tem muita familiaridade com algumas coisas que as grandes empresas têm. Por exemplo, a própria presença digital, às vezes é muito comum, só os restaurantes que estão na base do Ifood, você ver o restaurante do Ifood, mas você não encontra por exemplo o site dele, de vez em quando encontra um perfil no Instagram, também gerenciado de uma forma meio amadora. Em que nível de digitalização você percebe esses restaurantes? Onde eu queria chegar é o seguinte, existem restaurantes fora, depois de uma pandemia, restaurantes vivos fora desse ecossistema?

Daniel Bergman: Boa, boa pergunta. Respondendo a primeira pergunta, acredito que na pandemia essa digitalização foi muito acelerada. Eu acho que tem vários estudos que mostraram dez anos em um ano, cinco anos em cinco meses, de quando acelerou isso para as pessoas, mas também acelerou para os pequenos negócios. Restaurantes antes que tinham só uma porta em uma esquina precisaram e graças a deus tiveram o Ifood para poder contar e continuar atendendo ser ter que saber abrir um site ou criar uma conta no Instagram. Então essa aceleração foi suficiente para a gente começar a ajudar ele e como a gente dá crédito para quem está no Ifood, ele já passou por essa primeira barreira de digitalização. Por eles estarem no Ifood, então eu acredito que tem bastante dificuldade, mas a pandemia acelerou muito isso nos últimos dois anos. Nós do Movile Pay hoje estamos bastante focados em restaurante dentro do ecossistema, a gente entende que aqui que a gente consegue ajudar mais, está mais entregado para uma jornada, utilizar melhor dados para a gente poder ajudar mais os restaurantes. Essa foi para responder a sua segunda pergunta, Cassio.

Cassio Politi: Sim, está claro. Você escreveu um artigo falando do embedded finance, eu acho que tem a ver com esse tema que a gente está abordando agora. O que é esse conceito, queria que você explicasse, que você domina tão bem e explicasse o que é esse conceito no Brasil, aplicado a realidade brasileira.

Daniel Bergman: Legal. Veja, o que a gente quer dizer com embedded finance é o seguinte: trazer serviços financeiros para uma jornada que já existe. O termo pode ser um pouco (inint) agora, um pouco mais novo, mas isso já existiu desde quando já existiu os cartões no varejo, para você comprar alguma coisa dentro do varejo. Agora com a digitalização no ambiente que nós vivemos hoje, isso foi exponenciado para caramba. Ao trazer serviços financeiros em uma jornada sua que já existe, você consegue ter serviços melhores desenhados para você, para a sua experiência com oferta muito mais no momento correto, tem aquele spur generalizado, começam a crescer todo mundo o tempo todo. Então amarrar essas duas coisas é o que faz com que essa nova onda de (inint) seja baseada em embedded finance. Ai Cassio, é super legal a gente começar a ver que quando a gente pensa em embedded finance a gente tem que realmente começar a construir produtos do zero. Por exemplo, quando surge o smartphone, os bancos tradicionais incumbentes, a primeira preocupação deles é preciso pôr uma conta digital no celular das pessoas, não é dessa forma que a gente desenvolve um produto, porque eu preciso por um app de conta digital aqui? Eu preciso movimentar o dinheiro. O fato de ter uma conta aqui, eu estou tentando adaptar uma coisa que estava fora de um contexto de embedded finance para um novo contexto. Então como é que eu entendo esse novo contexto e crio serviços para esse novo contexto? Rasgando as amarras com o serviço anterior.

Cassio Politi: Bem claro e bem no contexto da economia agora. Quando você estava explicando aqui eu estava pensando em n iniciativas, especialmente fintech, não é? Que se encaixam perfeitamente nisso, as mais ninchadas ainda mais, Daniel. Me parece que tem a janela de oportunidade, falar em embedded, a gente usa muito o embedado no mundo dos códigos. Isso, até para a gente fechar aqui, me traz de volta então um pouco ao começo da conversa, tecnologia pura e a tecnologia ao serviço dos negócios, tanto o negócio Movile Pay quanto os negócios dos restaurantes. Você tocou em um ponto ali em certo momento da conversa, no começo da conversa, não é? Falando de autorização, os dados que os restaurantes o autorizam a usar. Nesse contexto, a LGPD que está ainda nas suas fases iniciais, ela ajuda ou ela impõe certas barreiras, quando eu pergunto se ela ajuda eu pergunto no sentido de ela coloca ordem no mercado a ponto de afastar as iniciativas descuidadas ou até imprudentes ou até maléficas, não é? Ou passam um pouco do ponto a ponto desses cuidados atrapalharem o negócio, como você vê a LGPD para o negócio atual de vocês?

Daniel Bergman: Nós temos que entender que a gente cria uma empresa, um negócio ou entra em uma empresa, um negócio e essa empresa não está isolada, ela faz parte de uma sociedade como um todo. A gente está aqui falando de tecnologia, não é Cassio? Mas por trás de toda tecnologia são sempre pessoas que estão por trás. Então nós temos essa sociedade, seja da nossa gente que trabalha com a gente, do país que a gente vive, da cidade e etc. Dado isso, não tem como ignorar que ter uma LGPD que certas diretrizes de como utilizar os dados são benéficas, põe um pouco de ordem no caos e como as coisas devem ser utilizadas, que tipo de consentimento deve existir, esse consentimento deve ser expresso e não está no meio de uma sopa de letrinha e assim por diante. Então eu vejo isso com muito bons olhos, acho que isso vem com o intuito de proteger o seu dado, o meu dado, o dado do negócio e isso é vantajoso e boas empresas que pagam bons serviços que criem vantagens vão ter o bloqueio do seu cliente para ter acesso aos dados para conseguir oferecer os serviços.

Cassio Politi: Muito legal ouvir isso, Daniel, me dá mais tranquilidade aí, porque é mais ou menos o que eu penso também, que a LGPD acho que vem, para quem trabalha direito ela é uma boa notícia. É isso.

Daniel Bergman: Perfeito. Perfeito para quem trabalha direito, cria produtos e serviços que realmente façam a diferença na vida do consumidor, seja empresa, pessoa física e etc. Eles vão ter acesso aos dados, as pessoas vão dar acesso aos seus dados para ter um bom produto e um bom serviço. Agora se for para sofrer uma chuva (inint) [00:24:08], não, aí ninguém quer.

Cassio Politi:: É isso, concordo e assino em baixo. Daniel, eu quero te agradecer muito pelo papo de hoje, muito bom conversar com uma empresa que chega com uma solução, que atende uma necessidade. Eu acho que esse já era um projeto de vocês, mas nesse momento ela é muito bem-vinda porque os restaurantes têm que encontrar meios de se recuperar e não precisa ir longe, a gente fica região do shopping Morumbi em São Paulo e o que fechou de restaurante na pandemia é uma tristeza. Agora felizmente tendo restaurante em abundância de novo, eu nunca achei que eu fosse gostar de pegar de pegar fila em restaurante, mas hoje me deixa feliz por ver que o país está retomando o seu dia a dia normal e também que os restaurantes vão se recuperando porque tem gente que colocou uma vida ali, não é? E de repente foi impactada pela pandemia. Então obrigado por trazer tanta informação interessante e por esse bate papo tão gostoso, obrigado, viu Daniel?

Daniel Bergman: Cassio, eu que agradeço, bater um papo com vocês e falar sobre tecnologia é sempre um prazer. Sempre à disposição, estou sempre à disposição.

Cassio Politi:: Muito bem, vamos chegando ao final do Think Tech de hoje. Sara, por falar em delivery de comida, eu posso dizer que dá para ver que o hábito das pessoas já mudou, até outro dia eu via muita gente ligar para pizzaria na hora de pedir uma pizza, era por telefone aquele pedido, não é? Hoje muita gente vai para aplicativos tipo o próprio Ifood. Seja como for, o importante é a pizza chegar quente.

Sara: Olha, Cassio, é melhor que a pizza chegue quente mesmo, isso vale especialmente para São Paulo, que é a cidade onde você mora. Não sei se você sabia, mas São Paulo é a segunda cidade que mais consome pizza no mundo, fica atrás somente de Nova Iorque. O consumo na capital paulista é mais de 570 mil pizzas por dia. Eu desconfio que você contribua com esse número aí, viu Cassio?

Cassio Politi: Contribuo demais, muito mesmo. Até porque eu sempre peço mais pizza do que o necessário, viu Sara? Porque no dia seguinte você comer a pizza amanhecida como café da manhã é tudo de bom. É isso aí então, Think Tech de hoje fica por aqui, até a próxima.