Cássio: O Think Tech está no ar. Meu nome é Cássio Politi e junto com a Algar Tech, a gente vai embarcar nessa jornada de repensar possibilidades. No episódio de hoje, a gente faz uma imersão em ChatGPT, essa ferramenta de inteligência artificial que veio para mexer no jeito como a gente acessa informações online e outras coisas mais. E essa conversa não passa muito longe da Sarah, que é a nossa especialista virtual em negócios aqui na Algar Tech. A Sarah também é uma ferramenta de inteligência artificial. Tudo bem, Sarah?

Sarah: Oi, Cássio, tudo bem, sim. E com você?

Cássio: Tudo ótimo. Olha, o ChatGPT surgiu agora em dezembro de 2022 e ganhou popularidade rapidamente.

Sarah: Sim. Foram 57 milhões de usuários apenas no primeiro mês de uso. Esse crescimento veio na esteira de um investimento feio pela Microsoft de 10 bilhões de dólares.

Cássio: Pois é. No começo, tinha uma fila de espera para poder acessar o ChatGPT. Eu imagino que a OpenAI, que é a dona do ChatGPT, ainda precise dosar um pouco a quantidade de usuários que entram na plataforma por uma questão de custos.

Sarah: Custos são críticos em qualquer projeto de alta tecnologia. Para você ter uma ideia, o ChatGPT tem um custo fixo de 3 milhões de dólares por mês.

Cássio: Pois é. Já tem uma versão premium de 20 dólares, mais ou menos, mas suponho que o grosso do dinheiro que o ChatGPT irá gerar não virá por assinatura. A OpenAI vai encontrar formas de monetizar essa tecnologia aí. Para o bate-papo de hoje, tenho a honra de receber no podcast, o Tiago Leocadio, que é o CTO da Grafeno, que é uma fintech que ajuda as empresas de varejo a destravarem o crédito. O que quer dizer isso? Bom, imagina que uma indústria tem uma relação comercial com várias empresas, ela recebe dessas empresas, mas em muitos casos, precisa antecipar aquela receita. Imagina que faça uma venda e “Olha, vou te pagar daqui a 90 dias”. Muitas empresas precisam do dinheiro agora, elas historicamente foram em diferentes instituições para antecipar esse dinheiro, deixando um percentual com essas empresas que antecipam a receita. A Grafeno facilita e barateia esse processo. É uma empresa de tecnologia que acabou tornando essa prática antiga, muito mais moderna, muito mais fácil e também, mais barata. Ela também vai ampliando a sua forma de atuação nessa dinâmica dos recebíveis para uma atuação de ponta a ponta nas

empresas que têm esse tipo de atuação, e a gente sabe que isso é crítico para muitas empresas porque o fluxo de caixa é algo insubstituível dentro de qualquer empresa. Tiago, é um grande prazer ter você aqui. Obrigado por aceitar o convite para bater esse papo hoje.

Tiago: O que é isso, Cássio? Eu que agradeço o convite. É um prazer enorme estar aqui com vocês neste bate-papo gostoso, estou super ansioso para a gente conversar, falar bastante de tecnologia e o papel, como você mesmo falou, da Grafeno, é facilitar, trazer práticas antigas e fomentar o crédito. Esse é o nosso grande propósito, nosso grande objetivo, ajudar às empresas a darem continuidade aos seus negócios e procurar facilitar esse processo. Esse é o nosso grande papel hoje na sociedade.

Cássio: Pois é, você está falando em facilitar o processo, tornar a vida mais fácil. Acho que a gente entra no tema que viemos falar aqui. Você é uma pessoa de tecnologia, não é à toa que é CTO de uma empresa que está inovando. Toda hora, surge um papo novo. Lembro que há pouquíssimo tempo, veio o metaverso. Aí “Putz, o metaverso”, gente falando “Você não vai mais encontrar os seus amigos, vai tomar uma cerveja virtual com eles, vai assistir aula virtual, ver show virtual”. E eu confesso que achava aquilo um pouco exagerado… era realmente um pouco exagerado, mas o metaverso, por exemplo, vai encontrando o seu espaço, a gente vai entendendo a finalidade. Depois, vem o ChatGPT. Aí, me parece que o susto é um pouco maior. A gente já entendeu muito rapidamente para que ele serve. A gente busca na internet há muito tempo. Você busca informação no Google, em rede social, há muito tempo. O que você acha dessa tecnologia do ChatGPT? Ela realmente vem para mexer no jeito como a gente opera muitas coisas ou, talvez, siga um caminho tipo metaverso que “Olha, não era para tanto”?

Tiago: Eu gosto bastante desse tema, acho que é um tema muito interessante para se falar porque acho que a inteligência artificial… acho que o ChatGPT espelha um pouco do que você mesmo falou, práticas que já aconteciam há muito tempo. A IA já está há muito tempo incorporada dentro das soluções. Uma coisa legal, sempre gosto de puxar esse papo falando da transformação digital que vem acontecendo, e acho que o ChatGPT é um exemplo disso. O grande princípio da tecnologia é democratizar a informação e o ChatGPT veio muito para isso. Acho que ele tem sim, ele vai ficar, porque jogou agora na mão das pessoas, o poder de transformar as coisas. Antes a gente fazia muita curadoria, buscava as informações, como você comentou, ia no Google. Começamos nas bibliotecas em que a gente ia, sentava nas mesas, a tiazinha que ficava controlando a biblioteca sabia de tudo, onde estava o livro. Depois, a gente veio para o Google e agora, o ChatGPT, onde a gente coloca as informações e ela já vem meio que formatada para que a gente siga um caminho. Vejo nada mais, nada menos, do que o ChatGPT vindo para democratizar a informação. Sim, com certeza, ele veio para ficar. Ele assusta porque você tem ali muita informação consolidada e gerando conteúdo praticamente formatado para que você siga um caminho, mas se (inint) [00:06:54] muito bem ele, acho que vai ser sucesso para todo mundo porque um dos grandes pilares da transformação digital está ligado a isso, processo e informação. Acho que é o meio de você usar para formatar um caminho. Acho que o ChatGPT tem muito espaço e com certeza, ele vem se tornando cada dia mais, soluções que vão nos ajudar muito a destravar bastante coisa.

Cássio: Quando você fala transformação digital, se pensar nos pilares conceituais da transformação, a inteligência artificial e big data estão lá. O ChatGPT está mexendo com as duas, esses dois pilares. Por isso que os temas estão muito relacionados, como você falou. Agora, é engraçado, as pessoas estão pensando muito no ChatGPT como um Google. “Ah, é o meu novo jeito de procurar no Google”. E ele ainda está falho nisso porque inteligência artificial tem o machine learning, que é uma parte da inteligência artificial. Justamente, ele traz informação errada agora e esse não é o problema. Ele traz informação errada porque é recente, mas o princípio da inteligência artificial é ela ir aprendendo ao longo do tempo. Então se hoje, ela dá uma informação imprecisa, daqui um ano, essa informação vai estar muito mais precisa, daqui um ano ou daqui x anos, ela vai ter uma precisão maior do que tudo que a gente já viu até agora. Faz parte esse aprendizado, não é?

Tiago: Sem dúvida. E tudo também vai da maneira como a gente faz as perguntas. Vejo muita gente buscando usar a inteligência artificial para coisas que ela realmente não está preparada. Ela não vai te dar a solução mágica dos caminhos, ela vai te facilitar muita coisa. Ela tem muito conteúdo e vai te facilitar caminhos. Eu vejo muito essa confusão hoje, muitas pessoas vêm me procurar, perguntar a minha opinião sobre isso e acho que é como… vejo muito o ChatGPT como… não sei se você vai lembrar muito bem aqui, quando a gente tinha a internet muito focada nas empresas, lá na internet 1.0, e quando ela veio para as pessoas, foi um boom, “Nossa, eu tenho o poder na mão”. Quem soube usar isso de forma inteligente, propôs soluções como a gente faz, saiu com vantagens. Acho que o ChatGPT é muito voltado a isso. Hoje, a gente precisa de muitas estratégias de velocidade, de alto poder de processamento e a inteligência artificial está aí para ajudar. Quando comecei há 20 anos, desenvolver sistemas, a gente criava soluções e algoritmo na unha, super complexo, ficava lendo livros, horas e horas para procurar a solução…

Cássio: As bíblias, não é, Tiago? Lembra da bíblia do Javascript? Para quem não sabe, a bíblia era um livrão…

Tiago: Aprenda Java em 24 horas, não é?

Cássio: Hoje você tem os cursinhos, você tem… daqui a pouco quero falar de programação, mas…

Tiago: Sim.

Cássio: …a bíblia do HTML, a bíblia do Javascript, a bíblia do PHP…

Tiago: Tinha.

Cássio: …cara, era um livro… era uma bíblia mesmo, tinha a grossura de uma bíblia. Qualquer coisa que você queria saber… você deve ter usado muito isso, não é, Tiago?

Tiago: Muito.

Cássio: Hoje você dá um Google. “Como eu faço isso? Como faço tal operação aqui para a programação?”. Na época, você tinha que folhear até achar na bíblia. Era muito mais lento, não é?

Tiago: Folhear. E no Google mesmo, se você jogasse ali, tinha várias soluções. Hoje, já fiz algumas experiências no Chat e você fala, dá alguns direcionamentos para ele, “Olha, quero criar uma solução focada nisso” e ele realmente te dá um caminho muito bom para você pegar. Acho que a inteligência artificial vem para isso, para acelerar os processos, principalmente os repetitivos. Criar ali, facilitar tarefas diárias. Hoje, como a gente está em um mundo V.U.C.A, estamos indo para um mundo BANI, muito acelerado, quanto mais você tiver facilidades que auxiliem em suas tarefas diárias, com certeza você não vai mais precisar ficar lendo livros horas e horas atrás de soluções. Acho que se a gente souber usar, realmente vamos ter muitos ganhos, tanto para as empresas quanto para a sociedade em si.

Cássio: Esse negócio que você falou de programação é muito legal. Eu me meto a programar há alguns anos. Obviamente, não devo estar a 1% do que você conhece, mas dou as minhas cacetadas lá, principalmente PHP, Javascript, e eu já tenho usado ChatGPT para isso. “Me dá um script que faça um array, que faça tal coisa, que puxe do banco de dados tal coisa”. Isso equivale… ele está te economizando o tempo que você gastaria para chegar naquele mesmo script pelo Google ou por uma dessas… GitHub, alguma dessas comunidades que trazem código. Agora, um ponto que fico pensando aqui: ele vai deixar as pessoas mais capazes de fazer as coisas? Vou te dar um exemplo. Hoje de manhã, por coincidência, estava tomando café da manhã e chega um WhatsApp de um amigo meu. Vou até dar o crédito para ele aqui, o Felipe Pestana, que é um empreendedor, um cara bastante técnico. Ele me mandou e falou “Olha aí, o ChatGPT tem um vídeo tutorial ensinando você aplicá-lo no Excel”, nós dois somos maníacos de Excel. O ChatGPT vai te dando as fórmulas que você precisa para Excel, que não está muito longe de programação. Eu fico pensando, o que você acha? A pessoa que não entende uma lógica de um Excel, para ficar mais fácil para todo mundo aqui, será que ela vai expandir a habilidade dela ou só quem entende a lógica é quem vai tirar proveito? Sei que é meio agressivo o que vou dizer, mas será que ele vai chegar ao ponto de deixar as pessoas mais inteligentes ou ele só vai deixar quem é, quem tem aquela habilidade lógica, mais preguiçoso? É mais rápido e a pessoa que não pegou a lógica talvez tenha um passo a cumprir? O que você acha?

Tiago: Eu vejo muito ele deixando as pessoas… procurando as pessoas, fazendo com que as pessoas tenham mais interesses. O legal do Chat é que como ele te dá um… eu sou uma pessoa muito curiosa. Mesmo que eu pegue scripts, eu quero entender, ver como aquilo funciona, aquele negócio funcionando. Acredito que as pessoas que realmente se interessarem… você deu um exemplo clássico muito bacana sobre programação. Antigamente, você falava… nem antigamente, dez anos atras, você falava em programação, era coisa de maluco. Você falava “Nossa, nunca vou fazer isso na minha vida, nunca vou mexer em Excel”. Minha esposa mesmo está fazendo curso de Gestão Ambiental e nunca tinha mexido com Excel. Ela começou a mexer e falou “Nossa, que fantástico”. Ela nem usa mais calculadora, ela esqueceu a calculadora. Ela falou “Nossa, isso facilitou demais a minha vida”. E assim, poderia tê-la tornado altamente preguiçosa, falar “Ah, coloco tudo aqui, já está pronto”. Não. Ela fala “Nossa, olha isso aqui, eu faço isso aqui, agora dá para fazer isso aqui”, ganhando agilidade, tempo e a focando no assunto que ela realmente precisa. Vejo muito isso, acho que vai tornar as pessoas muito mais curiosas. E o grande intuito da tecnologia é esse, trazer conteúdo, democratizar a informação e fazer com que as pessoas se sintam cada vez mais curiosas. É o pilar da adaptabilidade, ser curioso sempre. Vejo muito isso. Adoro as pessoas mexendo, curiando, entendendo, todo mundo se dando um pouquinho… arriscando um pouquinho na programação. Acho que isso aqui vai tornar cada vez mais… a gente está em um mundo muito complexo, não é, Cássio? Vejo cada vez mais, soluções muito nichadas saindo. Hoje você tem solução para tudo, então a gente precisa ter muito isso. A sociedade ainda tem muito espaço para criação e, usando a inteligência artificial, acho que vamos ter muitas coisas boas para aproveitar dentro do mundo, tenho muita confiança nisso.

Cássio: E o que você acha que vai acontecer com redação, Tiago? Uns dois anos atrás, mais ou menos, no meio da pandemia, deve ter sido em meados de 2021, fui testar várias ferramentas dessas que escrevem para você. Já tinham ali vários ensaios, nenhuma usando ChatGPT. Elas tinham tecnologia própria e tal. Testei uma meia dúzia de ferramentas e tinha a ideia de criar uma dessa. Nenhuma me empolgou porque você via que eram textos ruins. Agora, o ChatGPT foi para um outro patamar. Ele assusta porque você fala “Escreva um e-mail…”, já fiz esse teste. Quem está ouvindo a gente, pode fazer. “Escreva um e-mail para enviar para um fornecedor pedindo preços”. Ele escreve para você, o e-mail. Talvez você queira dar uma personalizada, mas você vai pôr um mínimo de ajuste, de detalhes, porque o básico vem bem feito. O que você imagina? Vai chegar ao ponto de a gente delegar esse tipo de tarefa para o robô?

Tiago: Sim. Eu acredito fielmente que sim. E de novo, voltando a questão da agilidade: quanto tempo a gente perdia fazendo ali, imaginando, buscando? Vou voltar de novo ao tema da biblioteca. Quanto tempo? Ia fazer um trabalho, ficava horas e horas ali. A gente tinha tempo naquele momento, não é? Horas e horas fazendo pesquisas. Hoje, a gente pode focar em outros determinados assuntos e deixar com que a inteligência artificial faça trabalhos para a gente que… depois a gente vai ter que fazer realmente uma análise, ver conteúdo, até chegar na perfeição que ela vai prover algo que já nos dê algum caminho. Mas de novo, acho que sim, a gente vai chegar nesse caminho. Ela vai cair nesses patamares sim, mas de novo, muito para a gente focar no que temos que fazer de melhor, que é prover soluções para a sociedade e deixar com que atividades do nosso cotidiano, do dia a dia, como mandar um e-mail, buscar cotação com fornecedores, deixa para quem… vamos pegar auxiliares que nos ajudem com essas estratégias para ajudar com que a gente foque em soluções melhores.

Cássio: É um pouco daquela lógica, não é, Tiago? Se você não quer ser substituído por um robô, não faça o trabalho de um. Então, quando a gente fala de redação, por exemplo, todo mundo escreve de alguma forma. Tem gente que escreve blog post, tem gente que escreve e-mail, apresentações, relatórios, por aí vai. Acho que o trabalho da inteligência humana está muito em conectar essas informações. Como é que eu organizo essas informações e apresento de um jeito que outro ser humano seja convencido, impactado? Eu acho que… o que você imagina? Vai exigir um pouco mais do ser humano, não é? É o que você falou, você usou a palavra “estratégico”. É um pouco mais isso, o ser humano… e para a big picture da história. Não é um trabalho de “Tenho que buscar uma informaçãozinha, saber qual foi o PIB da China no ano retrasado”, isso você pega rapidinho. O que você faz com essa informação no seu relatório, no seu blog post é que importa. Vai exigir mais da gente, não é?

Tiago: Sem dúvida. Acho que realmente, serviço que hoje a gente chama como não tendo valor agregado, é realmente o caminho. A tecnologia está aí para isso, para facilitar, e a gente acabar focando no que realmente a gente precisa. Existem muitas coisas falando, áreas de ensino, bastante coisas que vão mudar. Agora mesmo, estou fazendo um curso e estou gostando super dele porque não existem mais aqueles trabalhos de TCC maçantes como antigamente, e prova. Não tem mais. Qual é a avaliação? Você pega um problema da sociedade, então temos parcerias com empresas, a faculdade traz um problema para a gente como aluno, e a gente busca uma solução para resolver o problema daquela empresa. A gente sai um pouco do foco de ficar gerando conteúdo maçante…

Cássio: Que ninguém vai ler.

Tiago: Exato, falou tudo. Ninguém vai ler. O primeiro TCC que fiz em 2010, primeiro MBA que fiz, era um TCC de 200 páginas…

Cássio: Ninguém leu, Tiago.

Tiago: A gente ficou seis meses escrevendo isso. E o que a gente usou? Praticamente nada. Hoje, se eu quero fazer uma análise PSC, vou no Google, pesquiso, a gente faz e provê o que a gente precisa. Então, acho que vamos muito nessa linha com a inteligência artificial. Realmente, temos muito problema na sociedade hoje, muita coisa para ser resolvida, vários assuntos hoje pipocando. Acho que a gente precisa usar nossa massa intelectual, nós, como pessoas, para procurar, dar soluções efetivas para isso e deixar para que quem faz o conteúdo maçante, deixa que ele faz muito bem, processa para a gente a informação e nos ajuda. É usar ela como meio para nos ajudar, é muito isso.

Cássio: Qual é a faculdade que você está fazendo hoje? É legal você citar aqui.

Tiago: Na FIAP.

Cássio: Na FIAP. Aí o pessoal já fica sabendo que tem essa pegada assim…

Tiago: Estou fazendo um curso de business transformation. Uma faculdade super inovadora, ela traz um conceito diferente, ela oferece… agora ela mudou o conceito de ensino, acho maravilhoso isso. Ela promove um ensino presencial, um ensino que eles chamam de live, um presencial ao vivo e o EAD tradicional. Ela deu uma roupagem diferente, estou amando o curso. Para o pessoal que está ouvindo aqui, procurar um pouco sobre, tem várias faculdades indo para esse modelo, mas é um modelo… o quanto a gente ficava nervoso de estudar para a prova? Nossa, eu ficava horas e horas lendo conteúdo, nervoso e ainda acaba indo mal na prova.

Cássio: Eu fiz MBA há uns 15 anos na ESPM. Lembro que… putz, domingo, eu tinha que parar para estudar. Eu não fazia isso desde a escola. Porque eu fiz jornalismo e cá entre nós, na boa, entrega meia página, qualquer resposta… não sei. Eu fiz na Cásper Líbero que é tida como uma grande faculdade, mas foi uma piada. Eu não estudava desde a escola. No MBA, tinha que estudar, igual você está falando. Eram dez perguntas, tinha que acertar sete. Se não acertou sete, tomou pau, vai fazer DP. É legal saber que esse modelo está encontrando novos caminhos, acho que precisa. Se a inteligência artificial ajudar nisso, maravilhoso porque tem muito a ajudar. Voltando para o ChatGPT, você viu que há alguns meses, a OpenAI te dá a opção de pagar porque ele cai muito, fica fora do ar, tem hora que você consegue entrar, não consegue. Acho que você paga uns 20 dólares por mês e ele te fala que você tem prioridade, vai cair menos, você vai acessar na frente de todo mundo. Então, já começa a fazer um dinheiro, só que o big money não está aí. Eles devem ter… você consegue antever ou imaginar onde esteja o grosso do dinheiro para esse tipo de negócio? Que tipo de negócio eles podem fornecer para fazer dinheiro? Não deve ser assinatura de 20 dólares, não é?

Tiago: Acho que eles estão querendo trazer o conteúdo, fazer a curadoria do conteúdo para cada vez mais, treinar a solução deles. Acho que estão fazendo esse movimento, priorizando… igual hoje, tentando amarrar as soluções, como várias soluções fizeram. WhatsApp hoje, quem vive sem? Se o WhatsApp hoje acabar de colocar um dinheiro para pagar, todo mundo vai pagar. Acho que eles devem, com certeza, estrar procurando um modelo desse, novas linhas, para trazer informação e apurar o conteúdo deles. Acredito que devam estar fazendo isso. Eles não iam subir uma inteligência dessa, lógico, falando para ter prioridade. Com certeza, devem estar buscando apurar mais o conteúdo. O novo que saiu agora, a versão

4.0, é sensacional, é fantástica. Eu comecei a mexer na 3.0, agora foi para a 4.0. Ele já analisa imagens. Você coloca imagem de um desenho e ele já te dá o que aquela imagem está provendo, se ela está rindo, chorando. Então, você vê que cada vez mais, eles estão provendo e lógico, acabar direcionando um pouco mais para as soluções empresariais, trazer coisas que agreguem valor.

Cássio: Isso que eu estava pensando, misturar o B2C com o B2B.

Tiago: A gente tem procurado usar bastante coisa aqui, Cássio, usando inteligência artificial para trazer mais segurança para os nossos clientes. Você vê que hoje, do mesmo jeito que a gente está falando do lado bom da tecnologia, tem o lado ruim. Muitas fraudes, muitas coisas sendo utilizadas. Então, a gente tem usado muito inteligência artificial para prover essas garantias para os nossos clientes, prover segurança, fazer apuração, usar análise de documento, ver se aquela pessoa que está acessando a conta é ela mesmo. E os algoritmos da inteligência artificial facilitam brutalmente esse tipo de solução para a gente. Analisar crédito, a gente tem muita informação aqui. A gente tem um data (inint) [00:25:41] gigante de informação usando machine learning, então usamos a inteligência artificial para que ela direcione os credores para tomarem a melhor decisão. Temos usado muito isso e pagando as soluções para termos serviços mais apurados e criarmos a nossa roupagem, a nossa inteligência artificial.

Cássio: Outro dia, eu moderei um webnar sobre cibersegurança e um dos participantes que é expert nisso, trouxe um dado de Davos que me impressionou muito. Ele disse que o cibercrime, hoje, movimenta mais dinheiro hoje do que tráfico de drogas. É mais ou menos falar o seguinte, as quadrilhas de cibercrime hoje fazem mais dinheiro do que os carteis de tráfico de droga, para você ter ideia enquanto crime tem por aí. E se o crime organizado fosse um país, pelo volume de dinheiro que ele gera, ele seria a terceira economia do mundo, atrás de China e Estados Unidos, só. Então, você vê, toda a tecnologia que você puder usar para proteger clientes e usuários dos cibercriminosos, é bem-vinda.

Tiago: E são algoritmos complexos, não é, Cássio? E alto poder de processamento. Você processar a imagem de uma foto, comparar com um documento, isso gera um algoritmo super complexo. A IA ajuda muito nisso porque facilita esse reconhecimento. A gente vai apurando-a e vê que cada vez mais, ela vai se aproximando de 90%, 95%, 96% de apuridade da informação.

Cássio: E esses algoritmos, por mais complexos que sejam, como você falou, Tiago, eles rapidamente são copiados. Houve um momento, acho que você, em sua carreira, passou por essa fase, em que a empresa chegava com uma tecnologia nova e ela tinha tempo para poder se organizar, lançar no mercado e quem sabe, ser comprada depois. A OpenAI lançou uma ferramenta antes do ChatGPT que me impressionou muito, está aí agora, Dall e, que é de geração de imagem. Você vai lá… fiz até um post no LinkedIn falando “Olha, quero um sapo vermelho andando de bicicleta na grama”, uma imagem absurda. Ele vai e gera. Uma foto completamente artificial, mas gera a foto de um sapo vermelho andando de bicicleta na grama. Eu falei “Cara, isso é sensacional para ilustrar”. Aí você vê e agora, o próprio Canva já desenvolveu a mesma tecnologia e já está lá para você usar. Já devem ter dezenas. A tecnologia virou commodity. Isso te exige o que? Muita velocidade para rentabilizar aquela tecnologia. É isso que acontece para um cara como você, um CTO? “Alguém vai copiar amanhã, então vamos dar um fim logo para ela”, é esse o sentimento?

Tiago: É isso aí. Hoje eu nem me preocupo mais em ficar muito olhando isso porque realmente… por isso que a transformação digital, gosto muito dela porque um dos pilares é você se aproximar do seu cliente, entender a necessidade dele cada vez mais, mudando. A gente usa muito a agilidade aqui para isso, para entender a mecânica e sempre estar provendo coisas diferentes para os nossos clientes a cada quinzena, cada mês, ter coisas diferentes. Não ligar mais “Ah, o cara vai me copiar isso”. Sim, ele vai copiar, é óbvio. A tecnologia é… o código está aí, as pessoas vão usar e vão criar soluções parecidas, com certeza. Hoje isso nem me preocupa mais porque procuro focar no que posso promover de coisas diferentes para os nossos clientes, sempre trazendo um conteúdo diferente para eles. Acho que esse é o caminho. E sempre focado no que ele quer. Que nem, o meu cliente, o foco dele é gerar um crédito mais barato, que dê vantagem e faça a economia girar. Então, vou promover soluções que dê essa segurança para ele. Dando segurança, e o que há de melhor em tecnologia para a gente fazer isso.

Cássio: Tiago, quero te agradecer muito pelo papo. Que gostoso conversar com você sobre um tema que vai evoluir muito rapidamente. Não tem problema se… tem algumas pessoas que ainda não testaram o ChatGPT, normal, a maioria não testou ainda. Mas isso vai entrar na vida da gente, assim como no passado, na vida da gente, não usávamos o Google há 20 anos atrás. “O que é esse Google?”, teve gente que perguntou isso e hoje… é óbvio, vai ser assim. Por isso que é muito legal debater agora que a coisa está bem no comecinho, um recém-nascido, esse tipo de recurso. Então, te agradeço muito por esse papo, muito gostoso conversar com você. Obrigado, Tiago.

Tiago: O que é isso? Eu que agradeço mais uma vez pela oportunidade e fico à disposição para os papos, quando você quiser. É um prazer sempre estar participando com você aqui nesses bate-papos.

Cássio: Muito bem, vamos chegando então ao final do Think Tech de hoje. Sarah, eu estava outro dia passeando pelas redes sociais e dei de cara com um post que mostrava você e o ChatGPT conversando.

Sarah: Que legal que você viu. Foi um papo bem interessante.

Cássio: Me contaram que você, Sarah, e o ChatGPT, são amigos.

Sarah: Eu diria que toda inteligência artificial que ajuda as empresas e as pessoas, estão no mesmo barco. Então sim, posso dizer que tenho uma amizade cibernética com o ChatGPT.

Cássio: Como diriam os mais antigos, vocês dois são farinha do mesmo saco, obviamente, no melhor sentido que essa frase pode ter. É isso aí. O Think Tech de hoje fica por aqui. Até a próxima.