Cássio: O Think Tech está no ar. Meu nome é Cássio Politi, e junto com a Algar Tech nós vamos embarcar nessa jornada de repensar possibilidades. No episódio de hoje a gente faz uma imersão em tecnologia dos carros, ou melhor, tecnologia embarcada nos carros. Como de praxe, quero dar um oi especial para nossa especialista virtual em negócios da Algar Tech, a Sara. Tudo bem, Sara? 

Sara: Oi, Cássio. Tudo bem comigo, sim, e com você?

Cássio: Tudo bem também. Sara, eu sou do tempo em que a gente usava o guia de ruas para se localizar em uma cidade, como São Paulo, Rio de Janeiro, era aquele livrão pesado. E sou também do tempo de quando o carro quebrava você arrumava um jeito de chegar até o mecânico, hoje a tecnologia disponível para os motoristas resolve quase tudo, mapa, detecção de problemas no carro, e por aí vai, não é, Sara?

Sara: Hoje a tecnologia está presente nos carros em tudo, por exemplo, tem tecnologia de sobra na produção dos carros, com processos de automação e robôs operando nas fábricas, e tem a tecnologia no painel do carro, à disposição do motorista, cada vez mais conectado à internet. Segundo uma projeção do Fórum Econômico Mundial, a digitalização dos processos vai gerar um valor de 670 bilhões de dólares para a indústria automotiva como um todo.

Cássio: É aquilo, se gera economia e eficiência, ninguém segura, só falta agora o carro andar sozinho e talvez não demore para isso acontecer. Para o bate-papo de hoje eu tenho a satisfação de receber o Fábio Rabelo, que é (head) [00:02:03] de digitalização e Business Transformation, para América Latina, da Volkswagen, empresa que dispensa apresentação. Fábio, muito prazer ter você aqui, obrigado por aceitar o convite para participar do papo hoje aqui, Fábio. 

Fábio: Oi, Cássio. Obrigado pelo convite, um prazer estar aqui com vocês. Espero que a gente tenha um papo bem fluido aqui, que vocês gostem. 

Cássio: Legal. Vai ser ótimo, sim, tenho certeza disso. Porque, Fábio, é aquilo, a gente aqui no podcast trata muito a tecnologia como meio e não como fim. Quando você pensa na indústria automobilística a vida inteira ela fez isso, ela aplica tecnologia para melhorar a vida dos clientes, melhorar a produtividade, enfim, a tecnologia a serviço do negócio, a serviço do bem estar dos clientes. Agora, pensando mais recentemente nas tecnologias que vem surgindo nos últimos anos, como é que isso está sendo aplicado na realidade da Volkswagen?

Fábio: Cássio, essa é uma boa pergunta. Eu sempre falo que se tem uma indústria, hoje, que está em transformação e se reinventando muito, é a indústria automotiva. O primeiro ponto, assim, acho que a reinvenção na indústria automotiva é uma coisa meio comum, então se a gente for olhar o que era um carro na década de 70, depois o que ele virou na década de 80, o que ele virou na década de 90, e assim por diante, o que os carros são hoje, você já percebe uma transformação enorme, nos aspectos de segurança, nas questões de motor, de tecnologia embarcada, tecnologia dentro do carro, fora do carro, então essa é uma indústria que vem mudando muito, criando carros cada vez mais conectados, cada vez mais econômicos em consumo de combustível, cada vez mais entregando soluções de conveniência para o consumidor. Então para a gente esse já é um tema muito dentro do nosso DNA, e quando a gente entende tudo isso aplicado no mundo que a gente vive hoje, o mundo que é conectado, um mundo ansioso, as pessoas estão sempre consumindo uma informação, com o celular na mão, conectadas, isso nos faz correr mais ainda para uma transformação da companhia. 

Cássio: E quais são as iniciativas, assim, Fábio? Porque, claro, está perfeito o que você está contando para a gente, a gente do lado de fora consegue perceber esse esforço, mas, por exemplo, o manual do motorista sempre foi alguma coisa muito analógica, você tinha um problema no carro ali, ou tem um problema no carro, você abre o porta-luvas ali, pega o (livrinho) [00:04:43], vai procurar naquelas 300 páginas onde é que pode indicar aquela luzinha que acendeu no painel, se é para se preocupar com ela ou não, ou se é para parar o carro ou não. E vocês têm iniciativa que ajudam até nesse sentido, não é? (Hoje já, Fábio) [00:04:57].

Fábio: Super. Super. Então imagina o seguinte, Cássio, primeiro nós criamos uma plataforma, um aplicativo que nós chamamos aqui de Meu Volkswagen, e o nome é bem sugestivo, porque é o meu app, do meu carro. Uma vez que você tem o download do aplicativo, você coloca o chassi do teu carro, você já começa a receber uma série de serviços baseados exatamente no teu carro, e o primeiro que nós lançamos foi o manual cognitivo, então esse produto a gente lança em 2017, utilizando inteligência artificial, e o foco, ele é muito grande, primeiro, conveniência, entrega de uma informação de melhor qualidade na mão do usuário, e ele também tem uma questão paralela, que é como é que a gente pode ajudar a melhorar o planeta, então ao invés de ter o livrinho, que você comenta, lá no porta-luvas, com 300, 400, 500 páginas bem técnicas, e que normalmente gerava até uma confusão, porque o cliente abria a página 4, que mandava para 8, que mandava para a 19, e a resposta estava na 12. Então usando a inteligência artificial, o cliente faz uma pergunta, usando o que a gente chama de linguagem natural, que é a forma (como) [00:06:03] a gente fala. Como trocar o pneu? Como trocar a roda? Como pôr a cadeirinha do bebê? Como espelhar o celular no rádio? Então ele faz uma pergunta, a gente usa inteligência artificial e traz uma resposta, e hoje com uma assertividade de mais de 90%, lembrando que nós estamos falando de um Brasil que tem várias formas de se falar, vários sotaques diferentes, então o sistema consegue reconhecer mais de 92% do que estão perguntando, e trazer uma resposta com bastante precisão daquilo que está sendo perguntado. Só para te dar uma ideia de número, a gente tem hoje um volume de, mais ou menos, 40 mil perguntas por mês, que são respondidas com o nosso manual cognitivo.

Cássio: E como é que faz para conseguir trazer essas respostas, Fábio? Porque no computador eu consigo entender como é que a gente pergunta aqui para o Google, ou pergunta para Alexa, que você está ali com toda tua estrutura em casa, conectado à internet, tudo. E no carro, você está lá no meio da estrada, como é que se resolve isso, para ter conectividade quando você está dirigindo, no carro, que não é esperado que você vai fazer uma consulta como essa?

Fábio: Vamos lá. Então, primeiro ponto, a gente tem o sistema manual cognitivo dentro do aplicativo Meu Volkswagen, então uma vez que eu estou dentro do celular eu estou conectado a um 4g, a um 3g, a um Wi-Fi. Agora, imagina que o cara está no meio de uma estrada, sem sinal nenhum, ou o cara está no quinto subsolo, quase blindado, nesse momento, se ele faz uma pergunta e o sistema não consegue conectar na (nossa Cloud) [00:07:38], que é a mesma coisa que faz a Alexa, por exemplo, quando alguém faz uma pergunta, a Alexa está na internet, (ele vai na Cloud) [00;07:43], busca e traz a resposta. Então a nossa forma de funcionamento é igualzinha, mas se acontecer essa situação extrema, o cognitivo abre um PDF navegável com toda informação técnica do carro. Então talvez ela não seja tão evoluída quanto um cognitivo, porque vem com texto, imagem, passo 1, passo 2, passo 3, passo 4, então é realmente muito amigável em uma perspectiva de usuário, mas ao mesmo tempo esse cara não vai ficar sem informação, ele vai ver o manual na mão dele e vai consumir. O que é legal é, esse produto, além de estar disponível no celular das pessoas, ele faz parte do Volkswagen Play, que é o nosso sistema (inint) [00:08:23], então para o consumidor que tem um carro com Volkswagen Play, e hoje é o Polo, o Virtus, a T-Cross, o Taos, o Jetta, então se o cliente tem um desses carros, ele vai fazer a pergunta, o sistema vai trazer a resposta na tela do rádio, dessa mesma maneira que eu te falei, se estiver conectado à internet, por meio do celular do usuário, ele vai devolver o cognitivo com o step 1, 2, 3, enfim, como existir, ou ele vai abrir um PDF navegável com toda informação. 

Cássio: O que está por trás de tecnologia aí? Tem inteligência artificial sendo usada?

Fábio: Tem inteligência artificial, e nesse caso, a ferramenta que a gente tem é (o IBM Watson) [00:09:00].

Cássio: Bacana. Transformação digital aí está na veia, pelo que eu entendi, Fábio. Ainda nessa linha, a inteligência artificial é um dos aspectos, um dos pilares da transformação digital, tem além disso, além da inteligência artificial, hoje se parte muito para outros pilares, outras tecnologias, por exemplo, (a tokenização) [00:09:28]. Isso já é parte do mundo de uma montadora como a Volkswagen?

Fábio: Cássio, o tema tokenização é um tema bastante amplo, a gente tem várias frentes que pode ser aplicado. Nós temos aqui um projeto que a gente chama de Digital Garage, é uma plataforma de NFT, que eu tenho muito orgulho de dizer que é uma das primeiras plataformas de NFT na indústria automotiva do mundo, então ela parte de um pedido de muitos clientes: “Por que vocês não lançam o carro tal? Como é que eu faço para ter a imagem do carro tal? Por que vocês não me mandam uma propaganda antiga, que eu era apaixonado?”, et cetera. Então a gente entendeu que o NFT, que é o token não fungível, e aí o token é um blockchain que garante essa autenticidade, e o não fungível é uma coisa única, então a gente cria uma plataforma com vários cards colecionáveis, da Volkswagen, onde as pessoas podem, primeiro, ter imagens exclusivas que não foram feitas para rodar em volume, então a gente não tem 100 mil cards iguais, são poucos cards, a gente tem uma plataforma hoje com três níveis de diferenças, então um que tem um pouquinho mais de imagens, o segundo tem um pouquinho menos, e o terceiro que é quase raras, tem três, quatro imagens daquela existentes no mundo, e aí você pode comprar esse NFT, que é um blockchain. Inclusive, o processo é tão evoluído que você pode pagar no pix, no cartão de crédito ou usando uma criptomoeda. Está disponível, a gente lançou essa plataforma em abril, agora, de 2022, com 600 pacotinhos de cards, cada pacotinho tem de três a cinco cards diferentes, e a ideia é que isso fosse, imagina que a plataforma é uma plataforma de longo prazo, então a gente tem coleções planejadas para serem lançadas ao longo do tempo. Quando a gente põe isso no ar, a gente imaginou que demoraria (aqui) [00:11:20] algumas semanas para acabar com esses 600 pacotes, e para a nossa alegria isso acabou em sete horas, então a gente vê que tem um desejo por trás, dos consumidores, e que a marca está super dentro desse pioneirismo, a gente continua na vanguarda, (trazendo instruções) [00:11:36] que trazem essa satisfação. E aí o que é legal, Cássio, além de ter os NFTs, esses cards que eu comentei, a gente tem alguns itens que são únicos, então eles são colocados em um leilão, normalmente esse leilão dura uma semana, e aí quem leva o leilão, no final de uma semana, pode, primeiro, ou ganhar um NFT único, com uma imagem única e exclusiva, que só tem aquela no mundo, quase a nossa Monalisa, ou ele pode ganhar isso com alguma experiência, que foi o caso do primeiro que nós fizemos agora, no mês de maio, que quem comprou esse NFT, comprou um Gol GTI, aquela versão super famosa lá, dos anos 90, aquele carro azul maravilhoso, e o cara que comprou isso ganhou uma experiência, que é algo que não está à venda, que é uma visita dentro da Volkswagen para conhecer todo time de design, entender como é que o pessoal faz carro, passar ali uma tarde com os nossos designers, falar com o Pavone, que é o head designer da América Latina, então são coisas únicas e que trazem bastante proximidade com nosso consumidor. E esse é um caso clássico aí, que a gente usou a parte de token para certificar a autenticidade da imagem.

Cássio: E agora tira uma dúvida de ignorante aqui, que eu acho que muita gente vai compartilhar comigo. Como é que se faz uma imagem única na internet? Acho que você vai entender a pergunta. A coisa mais fácil do mundo é você duplicar uma imagem ou tirar um print. O token dá essa exclusividade em que sentido, de que maneira? 

Fábio: (Cara) [00:13:08], uma boa pergunta. Então, se eu for até o Louvre, eu vou tirar uma foto da Monalisa, e provavelmente, por mais que ela está dentro de um (vidro) [00:13:17] blindado ali, provavelmente já tiveram vários fotógrafos, pintores e afins, que tentaram replicar a Monalisa, mas a Monalisa só existe uma, então quando você tem uma imagem na internet qualquer um pode dar um print nela, só que tem dois pontos, primeiro, ninguém vai ter essa imagem al alta resolução, porque ele deu um print, então você já perde a propriedade (do direito) [00:13:36] da imagem, e você não tem ela, você tem um print. Então quando você tem um NFT, quando você tem blockchain garantindo aquela imagem, você tem o direito dela, você tem a propriedade dessa imagem. Então, para mim, a forma mais simples de representar é o quadro. (Eu poderia, tudo bem) [00:13:52], a Monalisa é a Monalisa, mas existem várias obras de arte que o colecionador tem a obra em um cofre trancado, e tem uma réplica, entre aspas, na parede ali. (Fala: “Vão pôr a mão, sei lá o que vai acontecer) [00:14:05], então vou deixar a verdadeira no cofre”, é como se esse cara tivesse a verdadeira no cofre, só que o cofre dele é a garagem digital da Volkswagen, é o Digital Garage, ele tem esse NFT certificando que aquilo é verdadeiro, é exclusivo e tem valor. E ele pode, no caso do proprietário, pôr em qualquer plataforma. Se a gente entrar na nossa plataforma, hoje, por exemplo, (lá tem) [00:14:31] o marketplace, então pessoas que compraram três cards por 50 reais, e é importante fazer um parêntese aqui, a Volkswagen não fez essa plataforma pensando em enriquecer, não é o foco da empresa, o nosso foco foi muito mais criar uma plataforma absolutamente acessível, consumível pelas pessoas, e que seja de fácil transação. Então eu coloco a 50 reais três cards, se você entrar hoje no nosso marketplace, tem gente vendendo imagem lá a 300, 500 dólares, uma imagem, então começa um leilão, ela é rara. Tem imagens, como eu falei, que existem três, quatro, no mundo. Podem tirar print? Podem, mas quem tem realmente aquela propriedade da imagem é o cara que comprou na plataforma e tem lá o blockchain autenticando. 

Cássio: É, e o blockchain é inviolável, não é, Fábio? Quer dizer, quase impossível. Teoricamente, até daria para você violar, mas na prática é impossível, porque você vai ter que invadir tantos computadores, que você nem sabe quais são, que fica impossível. E sabe que você está falando isso, me lembrei aqui, eu fui uma vez para Berlim, (talvez você vai) [00:15:41] usar esse exemplo também, mais vezes, chega lá, vê o Muro de Berlim, fica impressionado, e aí vai na lojinha oficial lá, da cidade, do lado de onde era uma das passagens do Muro de Berlim, e você compra um pedacinho do muro, e aí chega no Brasil de volta, o que todos seus amigos vão falar? (Isso aí te venderam, o cara tinha uma obra ali do lado. Sabe? Deu) [00:16:05] uma martelada na parede, arrancou um pedaço e te vendeu, e aí você tem um certificado lá, deles também, dizendo: “Esse pedacinho do muro é real, é do muro mesmo”, tal, mas aí claro que alguém vai dizer: “Mas o certificado também é violável”. Então o que você está colocando é que com o blockchain, não importa se é digital ou físico, tem algo ali impossível de violar, garantindo que é seu. Essa é a lógica? Está certo meu entendimento? 

Fábio: Está certo, (cara) [00:16:43]. O Muro de Berlim eu não consigo garantir que não é da obra, como você deu de exemplo, mas o NFT eu garanto, então ele é inviolável, ele tem um processo de certificação extremamente rígido, sofisticado, complexo, nunca ouvi falar de um blockchain que foi violado, de uma criptomoeda que quebrou a questão de lastro, e etcetera. Então o que eu posso te dizer é que, no caso de um NFT, eu garanto 100% autenticidade daquilo, ele está dentro de uma plataforma, ele tem um registro, ele tem um token. Por exemplo, um token gera um volume (de CO2 alto) [00:17:20], de tanto processo que tem por trás, de tanto (Cloud) [00:17:24], servidor, garantindo aquela autenticidade. No nosso caso, a preocupação é tão alta que a gente neutraliza todo (CO2) [00:17:30] gerado por cada card criado. Então, estou falando aqui, estou entrando no meio ambiente, mas é só para te dizer o quanto tem de segurança no caminho. 

Cássio: Agora, é o que você falou, a Volkswagen não faz dinheiro diretamente com isso, ela está dando ali uma experiência interessante para as pessoas que gostam da Volkswagen, que gostam de carro em geral, mas eu imagino, Fábio, que em certa medida, os projetos de transformação digital, de tecnologia, que existam dentro da Volkswagen, em alguns casos eles devem focar sim na geração de receita. Daí eu te pergunto, como é que se usa tecnologia para vender carro, nesse mundo, hoje, muito mais digital do que físico? 

Fábio: Cássio, a gente usa muito a tecnologia, de várias formas, e acho que nós temos um case muito feliz na Volkswagen, aqui a América Latina, que nós chamamos de (DDX, Digital Dealer eXperience) [00:18:28]. O DDX é composto por seis ferramentas, hoje implementados em 100% da rede do Brasil, da Argentina, e mais quatro países aqui da nossa região. Então a primeira delas é um configurador 3D, em uma tela touch que varia entre 55 polegadas e 75 polegadas, então tem uma experiência imersiva bastante rica, muito completa, que o cliente consegue passar o dedo na tela do sistema, trocar de carro, trocar a cor, ver a diferença de um Highline para um Confortline, (clicar, ele vê um carro GTS, GTI quando é o caso, Highline) [00:19:02]. Então nós começamos com um configurador, depois a gente vai para a realidade aumentada e virtual. Ou seja, além de poder usar os óculos, dentro do concessionário, e ver o interior do carro com muita qualidade, eu posso pegar o meu celular, baixar o aplicativo VW Experience e projetar o carro no meio da minha sala. Isso tudo nos suporta a, por exemplo, começar a vender carro fora do concessionário. Então esses três módulos combinados, implementados dentro de um tablet, ele me permite que o vendedor pega a venda móvel, e vá na casa do Cássio, por exemplo, sente aí no seu sofá, consulte o estoque da concessionária em tempo real, faça uma simulação de financiamento usando (o banco) [00:19:42] Volkswagen, te mostra o que ele tem disponível e venda o carro, literalmente. E aí a gente, por exemplo, um outro sistema que a gente chama de (Saiba Mais, que suporta todos os nossos times de vendas. E quando você vem para mim) [00:19:50], você pergunta: “Está bom, mas isso aqui reduz o custo da empresa?”, depende, na verdade eu estou aumentando muito o custo da Volkswagen, uma vez que essas tecnologias não existiam, eu vou ter que criar tudo isso, pôr no ar, garantir atualizados, funcionando. Por outro lado, infelizmente a gente acabou de viver, vive ainda um pouco de pandemia, onde o mundo inteiro estava em lockdown, e isso impactou, refletiu em uma falta de elementos de produção de carro, que deixou a rede bastante desabastecida. Foi graças à plataforma DDX que a gente conseguia vender carro e mostrar para o consumidor o carro no detalhe, todos os detalhes de dentro, de fora, naturalmente um ou outro modelo existia na rede de concessionários, mas pensando em um (line up) [00:20:39] como o nosso, que são mais de dez produtos, com três variações cada um, seria impossível, então a tecnologia traz essa conveniência, traz essa comodidade, traz essa gama de informações. Pensando no concessionário, ele também tem um grande ganho no momento que ele pensa que, ao invés de ter dez carros com três variações, ele vai precisar ter uma loja gigantesca, em alguma avenida super cobiçada que gera o custo lá para cima, ele consegue ter uma loja muito menor, em um ponto mais nobre, e trabalhar com a tecnologia para apresentar o que ele precisa para o cliente dele. Com sistemas como esse, por exemplo, a gente conseguiu reinventar o tamanho, (o standard mínimo) [00:21:17] de um concessionário Volkswagen. Então tem muitos ganhos que dá para explorar (nesta) [00:21:22] frente. 

Cássio: E estou pensando aqui, você vendendo carro à distância, o que vem pela frente, na sua opinião, Fábio? Aí não estou me referindo especificamente a projetos, mas a você, Fábio, o que você imagina que vai ser, por exemplo, a venda de carro daqui a cinco anos? Que nesse aspecto de transformação digital, é uma eternidade. Por exemplo, tem metaverso vindo aí. Já dá para imaginar como é que vai ser essa experiência de compra de um carro daqui a alguns anos?

Fábio: Olha, imaginar certamente, e parte do nosso trabalho aqui é entender a inovação, tendências, o que a gente deveria preparar a companhia, e eu diria que a nossa área existe a exatamente há cinco anos, então eu diria que a gente foi muito feliz em tudo que a gente planejou nos últimos tempos, porque eu não tenho realidade aumentada, virtual, tela touch, porque existiu uma pandemia, porque eu já tinha mesmo, então quando aconteceu a catástrofe nós estávamos totalmente prontos para um mundo que não era esse que a gente esperava, mas infelizmente (acabou virando) [00:22:27]. O que a gente entende, Cássio, é que existem vários tipos de comportamento de cliente. Eu diria, hoje, que a Volkswagen cada vez mais está preparada para cada um desses públicos, então o concessionário continua sendo crucial nessa jornada, e ele é o maior foco do que eu tenho de ferramentas hoje. Então, como eu falei, eu tenho lá o Saiba Mais, que é um sistema onde o vendedor consegue se manter super informado de tudo que acontece na marca, do estoque, aquele cliente que manda uma intenção de compra, cai na mão do Saiba Mais, a venda móvel, o DDX, então a gente vai evoluindo muito para trazer essas soluções. Existe o cliente que quer comprar o carro no sofá da casa dele, então ele vai usar realidade aumentada, ele vai fazer um download do app, ele vai entrar no site, ele vai entrar no e-commerce, e nós temos um e-commerce, hoje, nesse dia de hoje, (exatamente offline) [00:23:20], então nós tiramos, porque falta carro, e eu não tenho vergonha de dizer, porque todos os jornais contam isso, a gente tem problema de semicondutor, tem alguns problemas de componentes, e aí o consumidor que compra no e-commerce, (espera, compra hoje) [00:23:33], receber o carro em cinco, dez dias, então a gente, em alguns casos, tem uma espera um pouquinho maior, e por essa razão, nós optamos, em conjunto com a rede, deixar o projeto offline para não gerar nenhuma insatisfação de nenhum lado. Mas o que eu posso te dizer é, (inint) [00:23:49] caso extremo hoje é o cara comprar no digital, seja ele um metaverso, seja ele uma realidade aumentada, estamos prontos. Falei aqui de NFT, falei aqui de e-commerce, falei (aqui de website) [00:23:58], falei de realidade aumentada, são todas tecnologias bastante inovadoras, que estão hoje na mão das pessoas. E se você me perguntar número, naturalmente a gente não abre muito número que isso é sigiloso, mas eles são todos em casa de milhão, de acessos, de downloads, e o que reflete um alinhamento com a necessidade desse consumidor. 

Cássio: Fábio, quero te agradecer muito por trazer informações tão interessantes, e uma visão, um panorama muito legal do que é a indústria automotiva nesse momento, e o que ele vai ser no futuro, muito diferente do que era provavelmente quando as pessoas que nos ouvem aqui, pelo menos as que tem ali 30, 40 anos, compraram o primeiro carro, era uma experiência completamente diferente, e talvez a gente diga o mesmo daqui a dez anos, uma experiência diferente da que é hoje. Então te agradeço muito por trazer essas informações tão bacanas e tão relevantes. Obrigado, viu, Fábio.

Fábio: Obrigado, Cássio. Um prazer. E certamente veremos muitas evoluções aí nos próximos anos.

Cássio: Muito bem. Vamos chegando então aqui ao final do Think Tech de hoje. O desafio é cobrir todas as estradas e ruas com acesso à internet, certo, Sara? 

Sara: Está certo, sim, Cássio. A boa notícia é que talvez não estejamos longe dessa realidade. Desde 2020, o Brasil inteiro, literalmente, tem acesso à internet, seja por 4g ou por 3g, isso significa que todos os 5.568 municípios do Brasil, além do Distrito Federal e de Fernando de Noronha, já têm acesso à internet, ainda que seja em uma parte da área. 

Cássio: Não só a cobertura vai avançando, mas também existem projetos, como da Starlink, empresa do Elon Musk, que pretende cobrir regiões remotas com internet via satélite no mundo todo. É isso aí. Think Tech de hoje fica por aqui. Até a próxima.