Cássio Politi: O Think Tech está no ar. Meu nome é Cássio Politi e junto com Algar Tech nós vamos embarcar nessa jornada de repensar possibilidades. No episódio de hoje, a gente faz uma imersão no Metaverso. Olha, Sara, Metaverso tem tudo a ver com você, porque você está aí no mundo virtual, sabe bem o que é o metarverso, não é? Para desenvolver esse ambiente, essa nova tecnologia que vai chegando com força ao mercado, tem muita empresa trabalhando em conjunto, Sara. 

Sara: Oi, Cássio. Tem muita empresa mesmo. O Metaverso é o resultado do esforço de muitas empresas. Segundo um post do site New (inint) [00:00:57] publicado em julho de 2022, existem 500 empresas se esforçando para desenvolver um Metaverso. A grande maioria é de tecnologia. Algumas são bem famosas, como Facebook, Microsoft, Google, YouTube, Twitter e LinkedIn. Outras contribuem com aspectos técnicos, como conectividade, nuvem, infraestrutura e por aí vai. 

Cássio Politi: Pelo o que a gente ouve falar, Sara, a coisa vai pegar com força nos próximos anos. Para o bate-papo de hoje eu tenho a imensa satisfação de receber o Bruno Costa, que é superintendente de gestão do relacionamento da MAG, que é uma empresa que está no mercado há simplesmente 180 anos. Aliás, é uma das três mais antigas em atuação ininterrupta quando a gente fala de seguro de vida e previdência, que são o core da empresa. Como ela faz parte do Grupo Mongeral Aegon, tem mais empresas com mais atuações no grupo, mas o core continua sendo há quase 2 séculos essa área de seguros, previdência e por aí vai. Bruno, muito bom ter você aqui. Obrigado por aceitar o convite para esse bate-papo. 

Bruno Costa: Obrigado a você, Cássio. Eu que agradeço o convite. Fico muito honrado de estar aqui contigo para a gente poder bater esse papo, de representar a MAG, que é uma empresa que eu sinto muita honra de trabalhar e de vestir essa camisa, e de a gente poder falar um pouquinho mais e conversar, bater papo. Vai ser muito legal. 

Cássio Politi: Legal, Bruno. Bacana. Uma honra ter você aqui. Obrigado. Você traz um tema que a gente nunca abordou aqui no podcast, mas, olha, eu acho que é inevitável começar a abordar daqui para a frente, que é o Metaverso. É um fenômeno e eu acho que ele é mais falado do que praticado por enquanto, embora já tenha aí um grupo grande de pessoas participando, experimentando. Queria te perguntar, para começar aqui: Metaverso já tem causado impacto no mercado, especificamente no mercado de seguros? 

Bruno Costa: Cássio, para te responder, sim, o Metaverso já tem causado impactos. A gente consegue ver diversas marcas hoje aproveitando dessas estratégias com o Metaverso, então você vê marcas principalmente marcas mais reconhecidas como Nike, Dolce & Gabbana, entre outras que já estão começando a sua atuação no Metaverso. Elas são chamadas até de (inint) [00:03:26]. Elas estão começando a adotar antes de todo mundo já essas estratégias e experimentando as possibilidades do Metaverso. No mercado de seguros, principalmente fora do Brasil, a gente começa a ver alguns impactos, sim, como, por exemplo, muitas questões relacionadas a acidentes pessoais e domiciliares em casa por conta do uso do óculos, por conta do uso das tecnologias que fazem você emergir efetivamente por ter um alto nível de imersão dentro do Metaverso. Fraturas, quebras e etc já são alguns dos sinistros que algumas empresas começam a ter que lidar por conta dessa nova tecnologia que está chegando. Inclusive, você tem algumas startups focadas efetivamente em seguro, em (inint) [00:04:11], que elas já começam a estudar a possibilidade de começar alguns dos seguros relacionados efetivamente aí ao Metaverso. Essa discussão já começa a ganhar força, principalmente fora do Brasil, e não vai ser diferente. Aqui dentro do Brasil a gente já começa a se preparar também para esse impacto, o fenômeno que o Metaverso tem causado. Quando o Facebook, agora a Meta, resolve efetivamente investir no que a gente vai entender como Metaverso, voltando um pouquinho para 2021, quando a empresa anuncia ali a mudança do nome para Meta e o desenvolvimento desse ambiente virtual de alto nível de imersão, que eles estão chamando de Metaverso, a empresa divulga naquela época que ela já investiria 150 milhões de dólares só no começo desse programa, de formação de programadores de realidade virtual, realidade aumentada, certificação, treinamento. Isso causa um impacto muito grande na comunidade como um todo. Obviamente que o mercado de seguros já começa a olhar para isso de algumas formas e com oportunidades de negócio, que eu acho que é o principal. 

Cássio Politi: Muitas pessoas já usando. A gente fala dos early adopters, como você falou, Nike, Dolce & Gabbana e outras, mas é muito diferente hoje quando a gente vê uma tecnologia ou um ambiente novo chegando, Bruno, diferente do que era uns anos atrás. Você tinha ali talvez meia dúzia usando. Basta ver o Clubhouse, que foi aí no final da pandemia um fenômeno, muito efêmero, claro, mas surge um negocinho ali, você vai ver, tem milhões de pessoas usando. No caso do Metaverso, peguei dados aqui da (inint) [00:05:50] web, já tem um PIB dentro do Metaverso, já tinha em 2020, de 46 bilhões de dólares. Estima-se que o Metaverso vá valer daqui a 2 anos, 2024, 800 bilhões de dólares. 

Bruno Costa: As cifras são incríveis quando você fala de Metaverso. 

Cássio Politi: Pois é. 10 mil empregos gerados a partir do Metaverso, só porque o Metaverso existe. Agora, como é que as empresas, então, conseguem aproveitar? O que dá para fazer lá? Não digo só seguros, em geral, o que quem está ouvindo a gente pode usar o Metaverso para quê? Pelo menos nesse primeiro momento de experimentação.

Bruno Costa: Claro. Você já consegue usar para entretenimento, de forma geral, então você tem uma série de games que já são baseados nessa estrutura de Metaverso. Em plataforma, porque a gente tem que lembrar que, assim, existem vários Metaversos. Não existe um Metaverso só. Você vai ter uma coisa chamada interoperabilidade, que é o quê? Você poder passar de Metaverso para Metaverso levando as características que você construiu. Se você criou um avatar e quer levar ele para outro Metaverso, você vai conseguir. A ideia é essa. Mas hoje o que você pode fazer? Entretenimento, jogos, toda a parte de social você já consegue fazer dentro do Metaverso, trabalhar dentro do Metaverso. A gente tem que lembrar que a Meta tem uma plataforma que você pode trabalhar, inclusive, e ela te dá uma série de opções de apps já configurados dentro do Metaverso. A Microsoft vem andando por esse mesmo caminho, então também é possível. Diversão, entretenimento, trabalho, essas coisas todas já são possíveis de serem feitas dentro do Metaverso. Lógico, você tem níveis diferentes de maturidade dentro do Metaverso. Quando a gente está falando de entretenimento, por exemplo, o nível de maturidade é maior. Os jogos já se aproveitam muito mais da estrutura que o Metaverso pode oferecer. Você tem toda a questão de pagamento, NFTs, toda a parte de criptomoeda, a parte de recompensa. Isso já está muito bem estruturado. A parte de trabalho também tem começado a ganhar fôlego a passos largos, principalmente pelo período pandêmico, Cássio. A gente tem que lembrar que isso tudo acelerou muito rapidamente uma transformação que a gente esperava ocorrer em 10, 15, talvez 20 anos. Isso tudo acabou reduzindo o espaço de tempo para essa evolução. O Metaverso já propôs hoje, ela já propõe para as pessoas de forma geral uma série de ferramentas que você consegue utilizar. Vou dar um exemplo: você tem empresas fora do Brasil que já fazem todas as reuniões com os seus clientes dentro do Metaverso, empresas, inclusive, de seguros, que já atendem os seus clientes, de forma geral, dentro do Metaverso. Hoje o Metaverso, ainda de forma muito prematura, a gente sabe que tem uma construção a ser criada, todas as camadas que estão sendo desenvolvidas, na própria apresentação que a Meta faz sobre o Metaverso ela mostra que ainda existe um largo tempo aí de evolução, de construção de novas tecnologias, de aceleração para as coisas acontecerem, mas hoje você já consegue utilizar para muitas coisas, principalmente trabalho, entretenimento. Eu diria que são os 2 principais ganhos que o Metaverso consegue te dar hoje em dia. 

Cássio Politi: A gente associa muito, Bruno, o Metaverso ao Facebook, até pela mudança de nome, a empresa passa a se chamar Meta. Não são bobos. Se fossem, não seriam do tamanho que são. Agora, não é só o Facebook que está aí nessa brincadeira, para o Facebook dá um pouco de medo. Eu não sei, eu estou dando uma opinião meio pessoal minha, mas eu sempre fico um pouco pé atrás com o que estão fazendo com meus dados. O Facebook é muito auto centrado, modelo de negócio. Não estou aqui, de forma alguma, colocando em cheque a honestidade, nada disso, da empresa. É o jeito deles de trabalhar. Não me deixa muito confortável. Mas Metaverso não é só Facebook, não é? 

Bruno Costa: Claro que não. Metaverso, na verdade, vai ser uma construção de vários Metaversos. A gente diz que é o próximo passo da internet, Cássio. A internet vai se tornar cada vez mais imersiva. A ideia é essa. Então não, não é só o Facebook. Lógico, ele é um player grande dentro desse mercado. A gente tem que considerar ele. Mas, como eu disse, a Microsoft, outros players menores, a gente tem o Roblox, a gente tem o Fortnite, a gente tem uma série de outros players em campos diferentes que já estão atuando com algum projeto dentro do Metaverso. A Disney, por exemplo, está preparando o seu Metaverso, o seu próprio Metaverso. Ela já anunciou que ela tem planos ambiciosos para criar todos os seus parques temáticas, toda a sua estrutura direto no Metaverso, para que pessoas possam, obviamente, conhecer sem se deslocar, sem ter que ir e ter a mesma experiência, algo que vai ser extremamente desafiador. Mas quando você tem players como Microsoft, Meta, Disney, Warner, falando que vão investir pesado dentro do Metaverso, você começa a pensar que esse não é um jogo para perder. Eles realmente vão colocar muito dinheiro, porque eles já entenderam que existe um caminho efetivo dentro do Metaverso para você gerar valor e mudar a percepção de interação jornada do próprio cliente. Se a gente for parar para pensar, Cássio, o que a pandemia trouxe para a gente? Cada vez mais isolamento social, cada vez mais o medo das pessoas até de saírem de casa. O home office nos trouxe uma nova cultura de trabalho. Tudo isso, se a gente somar com a possibilidade que o Metaverso te dá, e eu acho que essa é a grande sacada dos próximos anos, que é aumentar esse nível de imersão, inclusive com pessoas que não estão no mesmo ambiente físico, é o grande ganho dessa camada que o Metaverso está trazendo para a gente, que é conseguir experenciar novas experiências através desse novo nível de imersão que a tecnologia vai nos oferecer. É a tecnologia servindo como meio para fazer com que as pessoas consigam trabalhar, se entreter, participar de shows, sem elas terem que efetivamente se deslocar de um lugar para o outro. Isso tem vários ganhos, Cássio, mas eu acho que o principal deles, nesse ponto atual, é que a gente vai ter uma cultura de experimentação muito grande nesse primeiro momento. Muitas coisas vão ser testadas, vão ser colocadas em cheque. Quantas horas as pessoas conseguem ficar no Metaverso. Isso tudo tem sido levantado. Eu vi um estudo do Gartner muito interessante falando que nos próximos 5 anos a tendência é que a gente passe de uma a 3 horas imersos no Metaverso. 

Cássio Politi: Por dia? 

Bruno Costa: Por dia. Já vi outros estudos apontando para até 8 horas. Acho um pouco destoante, mas eu prefiro confiar no estudo do Gartner, que geralmente costuma acertar muito mais do que errar com relação aos seus estudos de previsão do que possivelmente vai acontecer em termos de futuro. Acho que é bem factível e acho que a gente vai se adaptar a essa nova tecnologia, assim como foram com todas. Se a gente for lembrar lá do (smartphone) [00:12:54], a gente teve um tempo de adaptação até grande, longo. Eu acho que o Metaverso vai encurtar isso, até porque a gente já está mais preparado tecnologicamente, digitalmente falando, mas toda tecnologia tem seu nível e seu tempo de adaptação.

Cássio Politi: Eu lembro, eu era adolescente, anos 90, e fui fazer o primeiro curso de informática. 92. Estou ficando velho. 

Bruno Costa: Famoso cursinho de informática, não é? 

Cássio Politi: Cursinho de informática. Morava em Santos, cresci lá. Fui fazer. Adorei. Eu lembro que na época meu pai já falava: olha, quem não souber mexer em computador no futuro vai ser um analfabeto. 

Bruno Costa: Olha, seu pai já tinha essa visão naquela época. 

Cássio Politi: Já tinha. Colocou lá um computador em casa, aquela coisa, comprou de segunda mão para você aprender a mexer no DOS. Eu cheguei a usar DOS lá atrás. Tinha Wordstar, que era o precursor do Word. Tinha o Lotus 1-2-3, que era o precursor do Excel. Lembra? 

Bruno Costa: Lembro. 

Cássio Politi: Adorava. Me diverti nele. Só que não foi bem assim. Meu pai tinha essa visão, mas ninguém ficou analfabeto, porque acabou sendo um uso muito natural da tecnologia. Depois veio o Windows, facilitou, você não precisava mais saber os comandos do DOS, o Windows já te resolvia tudo. Me parece que o caminho é como você falou agora no final da resposta: é sempre esse. Daqui a pouco você vai ver idosos ou pessoas que nunca tiveram muito contato… idosos até que têm hoje muito contato com tecnologia, mas pessoas que, por alguma razão, estilo de vida, não têm muito, daqui a pouco a gente vai ver eles no Metaverso. Acho que esse é o caminho, não é, Bruno? 

Bruno Costa: Eu acho que sim, Cássio. Eu acho que passa por essa democratização cada vez maior do acesso à tecnologia, que a gente já tem visto, obviamente. Esse é um caminho sem volta. Na pandemia, você falou dos idosos. É engraçado. Estava lembrando aqui de um caso particular do meu avô. Ele não mexia com banco digital. Ele tinha medo. O que vão fazer com o meu dinheiro? Não quero abrir, não quero ter. Ele se viu forçado a ter que aprender a utilizar, assim como ele aprendeu a utilizar o WhatsApp, assim como ele aprendeu a utilizar outras plataformas, aplicativos, tecnologias. Eu vejo que esse é um caminho muito natural. As pessoas naturalmente vão começar a ter novas atividades no Metaverso, novos empregos irão surgir, funções. Acho que esse é um caminho muito natural. A gente tem também esse medo do novo, Cássio. Eu sempre digo que a gente tem muito medo do novo, porque o novo traz mudança e a gente não gosta muito de sair da nossa zona de conforto, a nossa zona de segurança. E o Metaverso está trazendo uma camada nova. Quando você fala em desmaterializar aquilo que é físico e começar a colocar uma camada virtual que vai juntar esses 2 mundos e você não vai ter essa interrupção do que é o real, do que é o virtual, simplesmente ele vai acontecer no mesmo espaço, eu acho que isso traz um pouco de insegurança, mas, ao mesmo tempo, traz muitas novas possibilidades, que foi o que você estava falando do seu pai. Ninguém ficou analfabeto porque não conseguiu utilizar o computador. As pessoas foram migrando e naturalmente elas foram começando a entender o valor, perceber o valor. Eu acho que quando a pessoa percebe o valor, ela entende a necessidade do porquê aquilo existe e ela começa a fazer utilização. Eu lembro que tem uma história interessante que os livros antigamente eram uma tecnologia que era só, obviamente, acessíveis para barões, reis e tudo mais, mesmo que eles não soubessem ler. Ficavam os livros nas suas bibliotecas, estantes, e eram extremamente caros. Hoje você consegue comprar livros a 2, 3 reais. Tem feiras que vendem livros a valores extremamente irrisórios. Acho que a tecnologia tende a avançar e cada vez mais democratizar. Óbvio: você vai ter uma parcela da população que não vai querer adotar e faz parte também. Tem pessoas que tomam essa decisão por si próprias. Não quero usar smartphone, não quero estar tão hiper conectado, conforme a gente está dizendo, mas ninguém ficou analfabeto por causa disso, as pessoas foram convivendo e naturalmente essas tecnologias foram fazendo parte da nossa vida, como várias outras. O smartphone foi um exemplo, o computador foi outro e tem n outras tecnologias que vieram para ficar. 

Cássio Politi: Essa história que você contou, eu não sabia dos livros, mas era uma tecnologia, não é, Bruno? Os livros. O fogo foi uma tecnologia. Uma inovação, não uma tecnologia. Os livros foram uma inovação também, a partir, principalmente, do momento em que eles são produzidos em escala industrial, isso é a grande inovação da indústria, e, realmente, você vai visitar casarões antigos, castelos do exterior, me lembrei de um aqui um dia, não sei se você já foi, mas quem estiver ouvindo e tiver a oportunidade de ir, tem em Toronto a Casa Loma. É um antigo palácio que foi… agora não vou saber os detalhes, me perdoem por não recordar exatamente qual parte da nobreza viveu lá, mas quando você vai lá você entende tudo. Me chamou a atenção justamente isso: hoje é um museu, você faz a visita, tem até casamentos lá também, mas a parte que mais impressiona é a biblioteca. Porque é um salão gigantesco. É uma parede inteira e os livros estão intactos, estão mantidos lá como parte do museu. Vai bem ao encontro do que você está falando. Agora, pensando no Metaverso como uma ferramenta, uma tecnologia, vou te fazer uma pergunta básica, óbvia, mas que acho que muita gente também quer fazer: como é que você entra no Metaverso? Como é, como pessoa, você entra lá e como você coloca a tua empresa lá? 

Bruno Costa: Cássio, para responder a essa pergunta a gente tem que lembrar que hoje existem plataformas que trabalham com o Metaverso. Por exemplo, como eu disse, você tem Roblox, entre outras, que você consegue comprar espaços dentro desse Metaverso, então você vai comprar um espaço, você vai comprar um terreno, por exemplo, e você pode criar dentro desse terreno. Essa é uma forma. Existem formas de empresas, por exemplo, como a Nike fez, comprou um pedaço no Roblox e criou o Nike Land, que é basicamente um show room onde as pessoas podem jogar, ver os seus produtos etc. A Boticário criou uma loja dentro da Avakin Life, que é uma plataforma que trabalha com o Metaverso também. Você cria seu avatar, você configura, tem todos esses traços que a gente está conversando sobre o Metaverso. Lá ela criou uma loja que as pessoas podiam conhecer seus produtos. Você podia, inclusive, pedir ali alguns produtos e receber em casa. Existem n formas diferente. Depende muito da sua estratégia digital, do que você está buscando. Você está buscando reconhecimento de marca? Você está buscando uma captura de leads? Você está buscando entretenimento? O que você está buscando? Existem formas e formas de você entrar no Metaverso. O que é importante, principalmente, entender? Esse Metaverso que a gente está discutindo aqui, principalmente, que são essas várias plataformas, cada uma delas está em um nível de maturidade diferente, então você tem plataformas mais robustas que já estão extremamente bem estruturas para receber essas empresas e você tem plataformas que estão começando, estão dando seus primeiros passos. É muito importante a gente entender em qual dessas plataformas você quer colocar a sua empresa e fazer os seus primeiros experimentos. Você tem empresas, como a gente acabou de citar, que entendem que o seu nível digital também é maior e já querem colocar dentro de uma plataforma mais consolidada, porém você tem empresa de menor expressão ou empresas que estão começando e querem dar os primeiros passos que estão apostando nessas plataformas ainda que estão começando, que estão sendo construídas a partir dessa estrutura. Isso é bem interessante de a gente falar. Já tem consultorias que trabalham efetivamente com o Metaverso. Diversas consultorias já conseguem colocar sua empresa para ter aí uma estrutura dentro do Metaverso. Tudo vai de acordo, Cássio, com a estratégia que você tem, e o exemplo do Boticário, acho que é um exemplo muito bom. O exemplo do Boticário é um exemplo onde eles entenderam que eles queriam muito a parte de lifestyle, eles queriam colocar toda a questão dos seus produtos, então eles queriam recriar, realmente, uma loja naquele ambiente, e eles queriam fazer com que as pessoas, ao entrar no Avakin Life, que é uma plataforma, conforme a gente está falando aqui, elas pudessem conhecer uma loja do Boticário, uma loja que fosse muito próxima do que é a loja real, que as pessoas pudessem ali entender os produtos, o que tem, o que não tem, quais são as novidades, fazer o pedido. Eles foram por uma outra linha, que é extremamente interessante. Agora, só para a gente ter uma noção, isso deu um desdobramento em patrocinar equipes de esporte, eles começaram a criar uma camada de estratégia digital muito maior. Depende muito da empresa, depende muito do que ela tem como objetivo. Você tem plataformas e plataformas que você, enquanto usuário, possa começar a entrar no Metaverso. A gente estava comentando do Fortnite aqui hoje, é uma das maiores plataformas de Metaverso que as pessoas utilizam. Só para você ter uma ideia, teve um show de um artista americano chamado Travis Scott que a gente teve 12 milhões de pessoas assistindo simultaneamente a esse show e interagindo entre elas dentro do Metaverso. Elas ficaram algumas horas participando disso. Depende muito da estratégia, depende muito do que a sua empresa busca. É por isso que é importante você entender qual é o seu nível hoje ou qual é o nível que você quer atingir de atuação dentro do Metaverso. 

Cássio Politi: A gente aqui fala de tecnologia como meio e não como fim no podcast. O Metaverso é isso na essência. Quase esquece que tem uma tecnologia ali atrás, não é? 

Bruno Costa: É na essência, exatamente. Você tocou em um ponto importante, Cássio. Ele é um meio para a estratégia que você quer adotar. Ele é um meio para aquilo que você quer entregar como experiência para o teu cliente. Então quando a gente tem o cliente no foco desse processo e você quer ampliar essa experiência, ampliar as interações, é importante exatamente isso que você falou: entender que a tecnologia é um meio. Ela não é o final da sua estratégia, ela é aquilo que vai proporcionar que a sua estratégia efetivamente seja entregue da forma que você desenhou para o teu cliente. 

Cássio Politi: Perfeito. Uma última pergunta aqui, Bruno. Como é que é um programa de aceleração de inovação que tem com a PUC? Vocês estão fazendo essa parceria. Como é que ela está sendo? O que ela visa? Como é a parceria? Onde ela nos leva? 

Bruno Costa: Claro. O Insurtech Innovation Program, que é a nossa parceria com a PUC e (inint) [00:23:31] é uma parceria para que a gente faça com que as pessoas saíam daquele quadrado do seguro, elas pensem fora, elas realmente vão buscar novas possibilidades para que a gente torne o seguro cada vez mais democrático, para que a gente torne o seguro cada vez mais acessível, para que a gente utilize novas tecnologias para entregar a melhor experiência possível para os nossos clientes. A busca é realmente por trazer alunos, principalmente, junto com professores e uma equipe toda por trás, para que a gente pense e busque inovação a todo momento. A gente sai do ambiente da seguradora, a gente sai do ambiente corporativo para entrar em um ambiente cada vez mais educacional e fazer com que essas pessoas pensem em como inovar para o mercado segurador. Esse é o nosso objetivo. A gente traz inovação para um mercado que ainda é muito burocrático, ainda tem baixa penetração no mercado, a gente sabe que a nossa penetração em termos de seguro hoje de vida é de 20%. A gente pode aumentar muito mais. Tem um campo aí todo para a gente poder percorrer. Não à toa a gente vê o surgimento de Insurtechs uma atrás da outra, buscando cada vez mais acelerar e desburocratizar o seguro. Essa parceria é uma parceria muito estratégica para a gente, porque dela veio n frutos diferentes. A gente hoje tem uma seguradora chamada Simple To You, que é uma seguradora de Seguro On (inint) [00:24:52], Cássio, que você liga e desliga o seguro. Você sai da sua casa, você está, de repente, querendo ir para um lugar que você não conhece, não tem segurança naquele lugar, você liga o seu seguro, você está protegido e coberto. Você chegou na sua casa, está seguro, você desliga o seu seguro e você não é cobrado por aquilo. E mais: você recebe ainda cashback no final de todo esse processo. Se você não usou os seus créditos de seguro, que é o que a gente chama, essa moeda que a gente criou para você poder utilizar, você recebe isso de volta em dinheiro. A gente não fica com aquilo que você não utiliza. Isso veio de uma ideia desse programa. É um programa que pensa cada vez mais em como inovar para o mercado segurador e a gente já tem colhido bons frutos com isso. Eu entendo que essas acelerações, esses cubos são importantes para que a gente não concorra com as demandas do core da seguradora, que mantém a seguradora funcionando, para que a gente possa trazer um novo pensamento, trazer novas ideias, ir a mercado, entender os benchmarks. Isso tudo é muito importante para a gente na nossa estratégia digital. 

Cássio Politi: Claro. Então vai além do Metaverso. Pelo o que eu entendi, a inovação como um todo, não é? 

Bruno Costa: Como um todo, com certeza. É lógico, a gente está em um ciclo agora que a gente vem falando de Metaverso, justamente para que a gente possa trazer novas ideias, a gente possa entender como esse mercado tem reagido a esse fenômeno, posso dizer assim, porque de um dia para o outro as pessoas, como você falou, começam a falar de Metaverso, inclusive sem entender que Metaverso é muito mais antigo do que o Meta vem falando. Ele é de um livro do Neal Stephenson chamado Snow Crash. É um romance que fala pela primeira vez sobre o termo Metaverso e você tem uma Second Life, tem uma série de outras tecnologias que tentaram fazer um primeiro passo no Metaverso, e a gente tem agora essa consolidação. Pelo menos a gente começa a ter a consolidação do Metaverso como uma estratégia efetiva para as empresas. É um ciclo de inovação. Ele busca muito mais do que o Metaverso. Ele busca realmente inovação dentro do mercado segurador. É como eu falei, tem colhido muitos bons frutos com relação a essa ação que a gente tem feito aí com a PUC, (inint) [00:26:53], seja a PUC, que é nossa parceira de longa data aí da MAG. 

Cássio Politi: Muito legal. Bruno, quero te agradecer demais aí por bater esse papo. Muito interessante. Eu acho que o primeiro episódio que a gente trata de Metaverso, mas é o primeiro de muitos, porque acho que vai ser inevitável a gente falar disso. Se a gente não falar, a gente vai estar meio fora do mainstream das grandes conversas de tecnologia e inovação aí que vêm pela frente. Te agradeço muito por compartilhar esse teu conhecimento. Volte mais vezes. Obrigado, viu, Bruno? 

Cássio Politi: Cássio, eu que agradeço. Fico muito feliz de poder estar aqui contigo. Acho que, como você falou, é um tema que a gente vai ter que falar várias e várias vezes, porque ele une várias camadas de tecnologia. Querendo ou não, o Metaverso vem em uma onda de crescimento. Ele vem em uma onda de desenvolvimento. O mercado segurador como um todo já tem olhado para isso. A MAG não é diferente. A gente, como eu falei, tem um ciclo aí no inovation program de que a gente está falando, agora sobre Metaverso. Fico muito feliz e contente pelo convite de vocês. Muito honrado em representar a MAG aqui. Me chame sempre que vocês precisarem de mim. Estarei à disposição. 

Cássio Politi: Muito bem. Vamos chegando ao final, então, do Think Tech de hoje. Muita gente pergunta como entrar no Metaverso. Aliás, foi essa pergunta que eu fiz aí para o Bruno Costa, da MAG. Mas muita gente também já entrou no Metaverso, não é, Sara? 

Sara: As pessoas já estão usando o Metaverso sim, Cássio. Em 2021, o número total de usuários ativos chegou a 470 milhões e isso significa que uma a cada 17 pessoas que habitam o planeta já experimentou o Metaverso. 

Cássio Politi: E esse número só vai crescer. É isso aí. Think Tech de hoje fica por aqui. Até a próxima, hein?