Cássio: O Think Tech está no ar, meu nome é Cássio Politi, e junto com a Algar Tech, nós vamos embarcar nessa jornada de repensar possibilidades. No episódio de hoje a gente faz uma imersão na tecnologia usada por uma empresa gigante, que é a Raízen, presente na vida de muitos de nós. Como de praxe, eu recebo aqui a Sara, a nossa especialista virtual em negócios da Algar Tech. Sara, acho que está certo dizer que a Raízen é uma gigante, não é?

Sara: Oi, Cássio, está certo sim, a Raízen é uma empresa brasileira que atua nos setores de açúcar, etanol, distribuição de combustíveis e geração de energia, seu nome é formado pela união das palavras raiz e energia, o faturamento fica na casa dos 200 bilhões de reais por ano. 

Cássio: E para a conversa de hoje eu tenho a imensa satisfação de receber o José Eduardo Massad, que é diretor de tecnologia da informação e digital da Raízen. Bom, eu não sei se a Raízen demanda apresentação, mas acho que é sempre bom para a gente alinhar aqui o conhecimento sobre a empresa convidada. A Raízen é uma joint venture da Cosan com a Shell, é uma empresa integrada de energia, a principal marca sob o guarda-chuva da Raízen é a própria Shell, isso para nós consumidores… é claro que tem outras marcas e outras iniciativas, mas nós conhecemos muito os postos Shell há muito tempo. Raízen produz etanol, o famoso álcool que a gente põe no nosso carro, e claro, isso com base na cana de açúcar, e cumpre o ciclo todo de energia, quando a gente fala de combustível, por exemplo, isso vai desde lá do campo, da produção da cana de açúcar, até a bomba de gasolina que o frentista coloca no nosso carro. Massad, grande prazer em conversar com você, obrigado por aceitar o convite para essa conversa de hoje. 

José Eduardo: Cássio, o prazer é meu, agradeço muito o convite, e vamos bater um papo sobre tecnologia, que acho que é um assunto bacana, e estamos aí para conversar e para discutir os assuntos. 

Cássio: Legal, é isso aí. Massad, a Raízen é uma empresa gigante, acho que na introdução deu para sentir, e as pessoas acho que já sabem disso, mas atua em diversos setores. E a tecnologia certamente é um componente importante na operação, de que forma a tecnologia tem ajudado lá na ponta, no cliente, no consumidor final no caso de vocês?

José Eduardo: Legal, a gente fala muito, a gente é uma empresa integrada de energia, então a gente acaba atuando em diversas frentes, acaba que a gente tem vários negócios, é difícil a gente falar de um negócio da Raízen, porque no final é uma composição de vários negócios, e a gente fala muito que a gente sempre buscou incluir tecnologia desde o princípio da Raízen, é uma empresa relativamente nova, tem 11 anos de idade, que foi a joint venture entre a Cosan e a Shell, que aconteceu em 2011. E acho que a gente passou por um processo interessante de formação inicialmente, a junção de três gigantes, que seria a Shell, a Exxo, que a Cosan já tinha comprado, e a própria Cosan, no passado, que acabou fazendo com que a gente criasse uma cultura própria, trazendo elementos dessas empresas, e que passasse a evoluir muito na questão de tecnologia como… acho que hoje a gente fala, talvez naquele momento a gente não tinha aquela clareza, mas tecnologia como um viabilizador ali de fazer melhor os nossos negócios. Então, a gente sempre foi pioneiro em uma série de coisas dentro da nossa indústria, então a gente fala muito, há dez anos atrás a gente já tinha mais de 90% dos pedidos de combustível que os donos de postos fazem para a gente, os postos de combustível Shell, os postos Shell, não são nossos, são de um parceiro, um revendedor, a gente já tinha 90% dos pedidos feitos de forma digital, eletrônico, por meio de um site, hoje isso já está em 99%, a gente ao longo desses anos todos não parou de evoluir, investir na plataforma, isso nos deu muita possibilidade, é bacana como a tecnologia no final as vezes serve para um propósito, claro, como (inint) [00:04:40] eu vou capturar o pedido de forma eletrônica, com conveniência, com rapidez, sem depender do elemento humano da central, mas isso também ao longo do tempo foi possibilitando coisas novas, por exemplo, em algum momento a gente começou a ver no mercado um aumento nas fraudes por meio do boleto, a gente imprimia o boleto, e a gente começou a ver pessoas mal intencionadas pegando esse boleto, alterando, a gente rapidamente… lembro da cena, a gente parou todo mundo, focou, virou um fim de semana, e a gente parou de imprimir o boleto e disponibilizou no nosso site de e-commerce o boleto de forma digital para o nosso cliente, então foi uma coisa que a gente conseguiu muito rapidamente dar uma resposta para uma situação de mercado que estava acontecendo, que estava gerando obviamente inconvenientes e prejuízos para toda a nossa cadeia, e aí a gente conseguiu usar a tecnologia para dar uma resposta e ajudar a resolver um problema de forma rápida. Então, eu acho que… eu gosto sempre de dar esse exemplo, porque eu acho que não só a gente faz pensado as coisas, mas muitas vezes as situações de mercado mudam, e quanto mais tecnologia você tem, você consegue ter uma resposta mais rápida. E aí acho que a gente tem outros exemplos também que ao longo do tempo a gente foi evoluindo, a gente foi primeiro no setor a ter toda nossa frota de caminhões, colhedoras e tratores que trabalham na parte agrícola, agora mudando de negócio aqui dentro, a gente tem toda a parte de colheita da cana de açúcar e de trato. Então, todos os equipamentos que envolvem essas frentes de trabalho no campo, eles são monitorados com computadores de bordo, conectados a esses equipamentos, esses computadores de bordo enviam não só sinais da posição, mas passam o que está acontecendo via 3G, via GPRS, e o campo a gente tem um desafio no Brasil, dada a nossa extensão geográfica, de conectividade, então eles também se falam, esses computadores se falam machine to machine. Então, no final mesmo se estiver sem sinal, se estiver em uma zona de sombra, os equipamentos se falam, e quando o caminhão chega próximo da nossa unidade, ele transmite os dados que ele coletou no campo, de todos os equipamentos com que ele conversou, então acho que a gente tem isso já há alguns anos como solução, e com o tempo a gente foi também evoluindo para que essas soluções pudessem gerar mais otimização logística, organizar as filas e garantir que os equipamentos tivessem menos tempo de ociosidade, e a gente pudesse ter otimizações em termos de processo dentro da nossa atividade no campo, com uma central de inteligência monitorando essas frentes de colheita. Então, acho que no fundo, de novo, a gente buscou ter a tecnologia, foi encontrando formas de ela trazer resultado e valor para o negócio, e no fundo isso passa a ser um processo evolutivo e contínuo, acho que dei dois exemplos, tanto do e-commerce na parte de combustíveis quanto na parte agrícola, que também é um pedaço super relevante, que tem milhares de pessoas trabalhando no campo no dia a dia da Raízen, e eu acho que o terceiro exemplo eu sempre gosto de dar também, e que eu acho que é um exemplo bastante legal também o Shell Box, que é a nossa plataforma de relacionamento com o consumidor no posto de combustível, é um aplicativo que já tem mais de cinco anos no mercado, então a gente foi pioneiro em ter uma plataforma de pagamento, em gerar uma facilidade para o consumidor, para poder pagar por meio do app e ter benefícios, e ter promoções, e ter descontos, e é uma plataforma que a gente se orgulha muito, eu era o gerente do projeto quando começou, contínuo acompanhando ao longo de todos esses anos, e a gente, no fundo, sempre buscou manter isso dentro de casa, sob a nossa gestão, para que a gente conseguisse gerir, evoluir essa inovação, a gente foi ao longo do tempo também aprendendo como lidar com… dentro de um gigante como a Raízen, ter uma startup, que a gente fala, em perna aqui, que é o Shell Box, e como trabalhar com as diferentes áreas, sempre foi um desafio, continua sendo e vem crescendo bastante, acho que é um exemplo legal da tecnologia sendo usada como valor e como meio para o negócio, trazer mais resultado. 

Cássio: Sem dúvida, e o que eu achei interessante é que os três exemplos que você trouxe mostram a tecnologia alcançando diversos públicos, Massad, só os exemplos que você deu aí eu pensei aqui, impactam o consumidor, o dono de posto, o caminhoneiro, o pessoal de campo, está impactando todo mundo ali. E eu fico tentando imaginar, para alguém do tamanho de vocês, são muitos projetos, uma empresa desse porte é muto fácil você se afogar em projetos, de tantas ideias, tantas iniciativas, tanta gente trabalhando, e gente boa trabalhando, e vem coisas muito grandes. A minha pergunta é, de onde vem o estalo de implantar alguma coisa? Então quando você fala assim: “Lá atrás pegamos as frotas de caminhão, colocamos computador de bordo”, isso surge em que circunstância? É no contato com o caminhoneiro? É em um board que se reúne e vai tendo sessões de brainstorm? Eu fiquei curioso para entender isso. 

José Eduardo: Olha, não tem um processo definido, é realmente complexo e tem muita gente envolvida, e como você falou, é muita gente tendo ideia também. O que a gente buscou fazer acho que inicialmente de uma forma mais intuitiva, e o que a gente busca fazer hoje, é ter um time… e hoje a gente já tem gente mais dedicada a isso, a gente acabou crescendo bastante, tem um tamanho que a gente já consegue ter pessoas que já são de tecnologia, mas estão dedicadas, sentam fisicamente, agora com a pandemia virtualmente também, mas estão dentro das áreas de negócio, vivendo a dor do negócio, no dia a dia do negócio, entendendo qual é a estratégia, entendendo o que está acontecendo, qual é a evolução, qual é o desafio para o ano, o desafio de longo prazo. Então, ter gente de tecnologia entendendo o que é a estratégia e o que são os principais desafios de cada negócio, nos ajuda a construir junto com o negócio as soluções que vão fazer a diferença. Então, no fundo é muito fácil a tentação de… e para a gente isso é um desafio que a gente vive constantemente, acho que você tem a tentação tanto de o negócio achar que sabe de tecnologia e falar: “Putz, eu quero que coloque essa solução aqui porque o meu amigo tem e eu também quero, isso é super comum”, e é muito fácil o time de tecnologia se apaixonar pela solução que talvez não tenha a melhor aplicação para o negócio, mas que é superlegal em tecnologia…

Cássio: (inint) [00:11:23] ideia, não é?

José Eduardo: É, ideias (inint) [00:11:25], “Isso aqui, eu preciso dar um jeito de colocar tal tecnologia”, e eu acho que no fundo, o difícil é conseguir equilibrar, quer dizer, essa necessidade do negócio em ter um entendimento profundo das necessidades de negócio, ou as vezes… eu sempre dou esse exemplo do iPhone, que é super manjado, mas se você perguntasse… antes de existir o iPhone, você perguntasse para alguém o que você queria no seu celular, você ia talvez falar do teclado do BlackBerry que você queria que fosse melhor, você não ia talvez ter o entendimento para inventar e falar: “Putz, eu quero uma tela touch que me mostre…”. Então, eu acho que no fundo, nem sempre também aquilo que vai fazer a diferença, que vai ser disruptivo, a pessoa de negócio vai saber, está evidente, está latente, então tem todo… tem técnicas, tem processos, você consegue fazer isso com design think, mas acho que no fundo é conseguir achar esse equilíbrio entre entendimento profundo dos problemas e da situação, da estratégia dos negócios, ter um entendimento em tecnologia, ter um mix de pessoas especializadas em tecnologia, pessoas que tem uma visão mais generalista e mais abrangente, tentar fazer esses times trabalharem com colaboração, também é algo que a gente aprendeu ao longo desses anos que é super importante, a gente conseguir fazer e ter criação e implementação de soluções complexas de tecnologia, mas que ajudam e que realmente tragam valor para o negócio. 

Cássio: Você pensou uma linha de raciocínio que ficou famosa pelo Steve Jobs, ele dizia mais ou menos isso: “As pessoas não sabem o que elas querem até que você vá e mostre para elas”, isso ficou famoso acho que no lançamento do primeiro iPhone lá atrás, quase 15 anos atrás ou mais. E a Raízen, pelo que você está falando, avança muito rapidamente, é uma empresa naturalmente muito orientada para tecnologia. Agora, eu fico pensando como é o desenvolvimento dos públicos ao redor de vocês, porque eu não sei se o dono do posto, ou se o caminhoneiro, ou se o próprio público evolui naturalmente no mesmo ritmo que vocês. Então, minha pergunta, tem um trabalho de educação ou de… vamos dizer, de implementação, como se fosse um boarding da tecnologia, como vocês trazem, para esse público? Tem essa etapa quando vocês vêm com alguma novidade? 

José Eduardo: Olha, acho que a gente teve durante muito tempo, o que a gente aprendeu mais recentemente é que hoje em dia ninguém faz curso para mexer no WhatsApp, ninguém ensinou… (inint) [00:14:05] é intuitivo, faz a piada sempre da minha mãe, minha mãe começou a usar o Instagram, a gente mostrou para ela, ela viu que podia ver os netinhos ali, ela sabe usar, não precisei… normalmente eu ensinava: “Não, deixa eu explicar, é aqui”, e é muito intuitivo, a experiência de usuário é feita de uma forma que fica muito simples utilizar, então a gente tem um caso muito bacana, você falou de caminhoneiro, a gente fez um projeto alguns anos atrás, e tinha um foco em um público super específico, e que não tinha muita atenção no nosso negócio, que é o caminhoneiro (FOB) [00:14:45] que a gente chama, é o caminhoneiro que não é de uma frota nossa Raízen, ele é um contratado, vamos dizer, do dono do posto ou de um cliente, ele é contratado para… e ele vai até o nosso terminal buscar o combustível. Então o pedido é feito de forma eletrônica, mas ele tem que ir até a nossa base para ir lá e carregar. E naturalmente, acho que dentro dos processos, acontecia de… a gente tem uma frota própria que está o tempo todo entrando e saindo e tudo mais, então essa frota, naturalmente, pela questão do ser humano, o cara chega com a concha da Shell ali, ele acabava conhecendo melhor o ambiente e entrando mais rápido, e o caminhoneiro que não… que era independente, autônomo, ele acabava tendo mais dificuldade, gastava um tempo maior, então a gente buscou criar um aplicativo para esse público, e a gente usou uma série de técnicas e design sprint, realizamos um MVP, e a gente tinha um… eu gosto de contar essa história, porque a gente tinha um plano de seis meses de implantação ao longo do Brasil, você pensa que a gente tem 70 terminais espalhados pelo Brasil, a gente está em todos os estados da federação, você fala: ‘Vamos fazer aqui um plano de roll out, vamos começar…”, a gente começou em uma unidade em Paulínia, “… vamos começar um roll out, durante seis meses a gente vai, faz uma festa para o caminhoneiro, bota uma bandeira, bota um bolinho ali para o caminhoneiro”, para o pessoal conhecer a ferramenta. O que aconteceu? A gente conseguiu acertar tanto na usabilidade, a gente lançou em Paulínia, e tem outros caminhoneiros de frota própria que viajam o Brasil inteiro abastecendo outros terminais. O que aconteceu? Em poucas semanas a gente começou a ver que o app estava sendo baixado em todos os estados, praticamente viralizou a solução, porque o mesmo caminhoneiro que não podia usar a solução, viu no terminal ali, viu outro caminhoneiro usando, contou, na hora que ele saiu de Paulínia, foi para Betim, ele contou para a turma de Betim, na hora que ele foi para Rondônia ele contou para… então, muito rapidamente, a notícia se espalhou, a gente cancelou o nosso plano de implantação e de comunicação, porque naturalmente, isso aconteceu no boca a boca, e como realmente tinha uma interface muito simples de usar, o pessoal entendeu como usar, o feedback era super positivo, acho que a gente conseguiu usar… e aí de novo, usou a tecnologia, usou todos os métodos de design, de experiência de usuário e da própria tecnologia ser rápida, ser prática e tudo mais, em benefício do usuário, de quem estava realmente utilizando a solução, que era o caminhoneiro, e quem precisava da solução, e no fundo essa solução resolveu o problema, que era ele conseguia se preparar antes de sair, para ir no nosso terminal ele já conseguia preparar a carga e já chegava mais rápido, então ele ganhou tempo, ele ganhou eficiência, ele…. então claramente existia um benefício, além de ser simples de usar, tinha um benefício muito grande em utilizar a solução, e aí de novo, melhoramos a vida do caminhoneiro, melhoramos a vida do nosso cliente, que é o dono do posto, e acho que naturalmente melhoramos a vida até do nosso time que está no terminal e que ficava gerenciando fila, espera e tudo mais, tudo isso ficou mais fluido, acho que teve otimização para todo mundo, acho que isso é parte do que a gente busca também, quando a gente vai buscar uma solução, a gente tem que entender quem são os principais envolvidos, stakeholders e quem vai estar vivendo aqui, e como a gente faz uma coisa que traga benefícios para todo mundo, ou para a maior parte dos player. Então, quando você tem um benefício claro, naturalmente as pessoas passam a usar, se engajam, e você acaba simplificando até planos de implantação, treinamento e tudo mais, porque naturalmente as pessoas querem, porque elas têm um benefício claro. 

Cássio: Muito legal, e pegando esse mesmo raciocínio, você aplica isso  para as pessoas, você deu o exemplo dos caminhoneiros, e acho que para o público que abastece o carro, acaba tento um efeito parecido, porque é aquilo, vocês não são uma bola de futebol, vocês não são uma cerveja que as pessoas na copa do mundo vão querer consumir ou ver rolar no campo, ninguém acorda no sábado de manhã dizendo: “Que dia bom, hoje é o dia que eu vou no posto colocar gasolina”. 

José Eduardo: A gente sempre falou isso, exatamente, ninguém quer ir no posto de combustível. Então assim, no fundo a gente sempre foi obcecado em como é que a gente faz a experiência do cliente ser melhor, dentro do contexto do posto de combustível, então acho que até a história aí, uma das experiências que a gente teve, que ajudou até nesse clique, foi uma parceria que a gente fez com a Sem Parar também há alguns anos atrás, que até hoje…

Cássio: Não sei se eu devo dizer isso, mas eu sou um usuário assíduo. 

José Eduardo: É isso, a gente descobriu, e lançou essa solução junto com a Sem Parar, chegou a ser acionista minoritário da empresa e teve essa parceria, a gente trabalhou muito em conjunto com a Sem Parar para lançar solução, naquele momento ainda tinha exclusividade nos postos Shell, e a gente viu um público que amou a solução, que realmente passou a ser… e acho que tem gente que até hoje, acho que você é um exemplo, de que até hoje (inint) [00:19:49].

Cássio: Eu escolho posto assim, esse é o critério, eu vejo se tem a placa Sem Parar, porque precisa passar cartão, depois para você controlar as finanças é muito mais fácil, vem claramente gasolina, é uma grande sacada essa. 

José Eduardo: E acho que é isso, quer dizer, no final a gente está vendo a experiência do usuário ser tão boa que muda o hábito de consumo, muda a escolha, a decisão de compra, que ali é qual posto eu vou abastecer, que muitas vezes é tomada uma decisão por preço, por localização, por… você está acabando o combustível, você vai parar, mas no fundo é uma coisa tão forte para um público de consumidores, que acaba drivando a decisão. Então, a gente descobrir e aprendeu muito com essa experiência, e aí a evolução disso foi a gente também ter o Shell Box, que é o nosso aplicativo, a gente também tem relatos de pessoas que gostaram da experiência, porque no fundo você coloca seu cartão ali, você também não precisa sair do carro e tudo mais, a gente teve também dentro do contexto da pandemia, isso também foi algo que foi um diferencial para os clientes, e a gente também viu muitos clientes mudarem rota e mudaram hábitos para estarem nos postos Shell pagando com Shell Box, tendo os  benefícios, tendo essa praticidade, porque no fundo a gente está em uma situação que integra com todo o sistema do posto, das bombas de combustível, então é um processo que a gente busca ser o mais fluido e o mais rápido possível para o cliente. 

Cássio: Massad, você trouxe exemplos maravilhosos, bem na linha do podcast. Mas para fechar eu queria falar de um assunto que eu acho que você está vivendo também, a Shell está vivendo, a Raízen está vivendo, vocês trabalham no famoso Vale do Piracicaba, a gente sempre brincou muito, brincou de um jeito saudável e positivo para a região, de falar das pamonhas que ficaram famosas, e desde os anos 50, e agora a região está ficando famosa por outros atributos, muito mais ligados a tecnologia. Claro, tem a (inint) [00:21:49], que há muito tempo… (inint) [00:21:51] que é uma referência em diversas áreas, e ampliando sua atuação como um hub de conhecimento, mas queria que você contasse, especialmente para quem não conhece, o que é o Vale do Piracicaba? Que história foi essa e como surgiu? E que benefícios isso traz para vocês?

José Eduardo: Legal, acho que essa história é super bacana, a gente está aqui no Vale do Rio Piracicaba, a gente há cinco anos atrás iniciou o movimento de lançar o nosso hub de inovação, que é o pulse, então o pulse é o hub de inovação da Raízen, é um espaço aqui… e agora obviamente pós pandemia, é um espaço que também se estendeu para o virtual, de conexão da Raízen com todo o ecossistema de startups, e como você falou, aqui em Piracicaba, isso o ecossistema de startups se desenvolveu muito fortemente com (inint) [00:22:59], com um série de outros player, então hoje aqui também a gente tem o (inint) [00:23:03] Garage, tem (inint) [00:23:04] Tech, tem outras iniciativas e uma série de startups que estão crescendo dentro do mundo Agro. Então, a gente há cinco anos atrás tomou a decisão de criar esse espaço e esse hub de conexão para trabalhar em conjunto com as startups, mas também com um objetivo de a gente ajudar até internamente a fomentar cada vez mais uma cultura de experimentação e inovação dentro da empresa, a gente sempre foi inovador em uma perspectiva mais fechada, mais de desenvolvimento de projetos e produtos, tanto de tecnologia quanto no nosso próprio negócio, mas a gente acho que ajudou a construir, aqui em Piracicaba, esse ecossistema de inovação aberta, inovação aberta é aquilo que é construído em conjunto, que existem vários players, trabalhando, você também tem que encontrar essa forma de que todo mundo se beneficie, então o hub, o pulse, acabou sendo para a gente um viabilizador de conhecer soluções de startups, a gente já fez mais de 90 pilotos com startups aqui dentro, então a gente também acaba podendo oferecer para a startup… a gente brinca, a gente oferece o nosso quintal, a gente tem um quintal enorme para as startups desenvolverem os seus produtos, usarem a nossa realidade, nossos problemas de negócio para evoluírem os seus produtos, a gente ganha com isso também, porque a gente passa a ter o trabalho em conjunto e ter contato com essas startups, e a gente, ao longo desses cinco anos, já fechou mais de 30 contratos com startups que passaram a se incorporar dentro do nosso portifólio de soluções. Então, a gente acredita muito nessa contribuição, a gente ganha com a incorporação e com ter esse trabalho, estar próximo de novas soluções, de novas tecnologias aplicadas para os nossos negócios, mas a gente também contribui para o crescimento, o desenvolvimento das startups e de todo o ecossistema de inovação aberta da região, tanto que o pulse começou com o foco no agro aqui em Piracicaba, mas a gente também evoluiu, como eu comentei, a Raízen tem vários negócios, a gente também evoluiu ao longo do tempo, a presença e participação do pulse para os vários negócios, a gente já tem uma unidade do pulse em São Paulo no nosso escritório na Faria Lima, também para estar próximo dos demais negócios e trazer essa conexão com as startups para todas as frentes em que a gente atua.

Cássio: Massad, é uma delícia conversar com você, quero te agradecer muito por esse papo, o entusiasmo com que você fala das iniciativas, eu acho que explica porque elas dão certo, porque precisa da liderança adorando aquilo que está fazendo, e você transmite isso com muita ênfase, na forma como você fala. Então, te parabenizo e te agradeço muito pelo papo, obrigado, viu Massad.

José Eduardo: Eu que agradeço, Cássio, muito bacana. 

Cássio: Muito bem, vamos chegando então ao final aqui do Think Tech de hoje, e essa conversa aí no final com o Massad, falando do Vale do Piracicaba, foi bem interessante para mim, porque é uma inciativa também conhecida como (Edtech) [00:26:24] Valley, que traz muita riqueza para a região, riqueza de conhecimento, riqueza de iniciativas, não é Sara?

Sara: Sem dúvida, o Vale do Piracicaba nasceu em maio de 2016, fruto de um encontro de empreendedores, eles idealizaram uma campanha para o reconhecimento do ecossistema tecnológico de Piracicaba, a ideia teve como referência o Vale do Silício na Califórnia, são várias empresas, startups e universidade trabalhando em prol do desenvolvimento tecnológico nessa região. 

Cássio: Como o José Eduardo Massad trouxe, a iniciativa tem gente grande ali, então acho que é mais um rótulo positivo para a região de Piracicaba. Aliás, eu brinquei e falei das pamonhas de Piracicaba e agora eu dei um Google aqui para tentar entender a história completa. As pamonhas de Piracicaba começaram em 1953, nos anos 60 eles fabricavam 5 mil pamonhas por dia, e até hoje é uma tradição, e aliás aquele áudio do carro passando com as pamonhas de Piracicaba se imortalizou, mas muito legal que isso nunca, de alguma forma, pesou contra a região, pelo contrário, ficou muito simpático, e agora tem essa iniciativa onde a Raízen, (inint) [00:27:44] e startups estão inseridas, que também traz um rótulo muito positivo para a região. É isso aí, o Think Tech de hoje fica por aí, até a próxima.