Cássio Politi: O Think Tech está no ar. Meu nome é Cássio Politi e junto com Algar Tech nós vamos embarcar nessa jornada de repensar possibilidades. No episódio de hoje a gente faz uma imersão em tecnologia para seguro de carga. Ao meu lado, como sempre aqui no Think Tech, eu tenho o prazer de receber a nossa especialista virtual em negócios, a Sara, figura emblemática aqui do podcast. Sara, tudo bem aí no seu mundo virtual? 

Sara: Oi, Cássio. Por aqui tudo bem, sim. E com você? 

Cássio Politi: Tudo bem também. Seguro de carga, Sara, existe porque o risco nas estradas existe, não é? 

Sara: Concordo com você, viu? Busquei alguns dados aqui no meu universo virtual e encontrei um cenário de violência no Brasil. Por exemplo, em 2021 foram registrados 14 mil e 400 roubos de carga no país. Isso gerou um prejuízo de mais de 1 bilhão e 270 milhões de reais para as empresas de transporte. 

Cássio Politi: A esperança que eu tenho, Sara, é de que esse cenário melhore no futuro. 

Sara: Eu também tenho esperança de que melhore. Acontece que o volume de crimes nas estradas brasileiras cresce a cada ano. Em 2021, por exemplo, o número de ocorrências cresceu 1,7% e relação a 2020. 

Cássio Politi: Pois é. A gente está falando hoje aqui de uma indústria bilionária e por isso mesmo infelizmente muito visada por quadrilhas. Para o bate-papo de hoje eu tenho o prazer de receber a Claudete Gonçalves, que é gerente de sistemas da Pamcary. A Pamcary é uma empresa muito conhecida e muito tradicional, que está em determinados setores. É pioneira em seguro de cargo. Faz isso desde lá de trás, desde os anos 60, trabalha com seguro de frete, que, na época em que ela surgiu com esse serviço, era algo não tão comum assim, e hoje acho que é meio óbvio você segurar uma carga dado os problemas de roubo principalmente que existem nas rodovias brasileiras. Claro, depois de criar o seguro, vieram produtos atrelados: gerenciamento de risco, que é uma consultoria que ela faz indicando vias e horários com menor risco de roubo, o info log, que faz a conexão naquele aparelhinho que vai dentro do caminhão emitindo sinal para mostrar onde o caminhão está exatamente, telerisco e outros. Claudete, um grande prazer ter você aqui. Obrigado por aceitar o convite para essa nossa conversa. 

Claudete Gonçalves: Cássio, eu que agradeço o convite. É importante para mim, é importante para a Pamcary estar em um canal seu. Eu que agradeço esse convite. 

Cássio Politi: Nossa, obrigado. É uma honra ter você aqui. Eu estou muito animado com a conversa, porque acho que para a maioria de nós, quando falo nós estou me incluindo e incluindo quem ouve o podcast, pensar em seguro de carga não é algo do nosso dia a dia, é uma atividade muito específica, Claudete. Não é como um seguro de carro ou de casa, por exemplo, que a gente está familiarizado. Claro que dá para entender bem o conceito, mas eu falo que eu estou animado aqui em conversar com você para entender como é que a tecnologia é usada nesse sentido. Imagino que ela seja a core do negócio, porque você está com caminhões espalhados pelo Brasil, o Brasil desse tamanho, um país continental, e você não vai fazer o controle de cargas por telefone ou por rádio ou por telégrafo. Você vai precisar de tecnologia para isso. Como é que é? Que papel que a tecnologia desempenha? Como que a tecnologia entra em campo aí para ajudar vocês a executarem a operação da Pamcary? 

Claudete Gonçalves: A tecnologia, Cássio, é tão importante na Pamcary que cada produto tem um gestor de TI. Estava te falando sobre isso. Telerisco, por exemplo, tem um gestor, Infolog tem um gestor, porque o conhecimento é muito específico. E, sim, por conta disso, ela faz muito parte do negócio. Arrisco dizer que nos tempos de hoje se não tivesse tecnologia a Pamcary, talvez, já não existisse mais, que lá atrás era desse jeito mesmo, telefone, fax, todas as informações tramitavam como era a tecnologia da época. Aí a gente traz para os dias atuais, você tem caminhão rodando muito mais que há 50 anos em muito mais quantidade. A gente fala em caminhão, mas a gente também dá assistência a ferrovias. A gente tem transporte rodando por ferrovias também. A gente tem algumas áreas de apoio, alguns produtos atrelados a esse corpus. Começou como uma empresa seguradora de carga. Depois foram sendo criados, o nosso presidente que está na ativa até hoje, muito bem, criou vários produtos que pudessem engrandecer, crescer o negócio, agregar valor àquele produto principal, que era seguro de cargo. A gente vê o foco central esse, mas a gente vê gerenciamento de riscos, Infolog, Telerisco, sistema de cartão frete, tudo ligado à carga. Recentemente, já que a gente está falando muito de tecnologia aqui, foi criada a torre de operações. É um setor específico com uma segurança diferenciada dentro da companhia, porque ali rodam muitas viagens todos os dias. É onde nós temos operadores no painel, vários dashboards em um painel enorme, acompanhando cargas dentro do Brasil o dia inteiro. Essa tecnologia é relativamente recente, esse setor foi criado há mais ou menos 3 anos, um pouquinho antes da pandemia, e o objetivo dele é trazer informação rápida sobre as cargas que a Pamcary está segurando. Então a gente consegue ver muito rapidamente se um caminhão saiu da rota e já acionar ali meios para chegar e verificar se isso é um sinistro, se é um roubo, se é um acidente, alguma coisa assim, muito rapidamente dá assistência a esse frete, que aí a gente fala do caminhão, do motorista, da própria carga. 

Cássio Politi: Então, quer dizer, vê se eu entendi: vocês monitoram o caminhão ali, imagino que por satélite, Claudete? 

Claudete Gonçalves: Sim. Tudo é gerador de informação.

Cássio Politi: E está mapeado ali. Sei lá, esse caminhão deveria ter saído de Salvador e ido para Teresina, a rota normal é essa. De repente, ele desvia, vai para uma cidadezinha ali, uma estradinha que não era prevista ou fica parado. Essa tecnologia te permite, a partir desse dashboard, você vê aquela bolinha que estava verde e fica amarela ou vermelha, fala assim: opa, tem coisa errada aqui. Que medida que se toma a partir daí? O operador de vocês viu que tem uma coisa errada, quais são as camadas ali de medidas que são tomadas? 

Claudete Gonçalves: Aí a gente conta com pessoas. A gente tem no Brasil inteiro um time de rua, que vai fazer o atendimento ao sinistro ou à possibilidade de sinistro, que é esse caso da torre. A torre ainda atua como prevenção. Aquelas viagenzinhas amarelinhas ali, pode ser que ela não vire um sinistro, de fato, pode ser que ela não fique em vermelho. A gente tem um time de campo por todo o país. Além disso, a gente tem um respaldo bom das polícias, principalmente a rodoviária, nesse caso. A gente consegue acionar muito rapidamente. Recentemente a gente teve aqui no interior de São Paulo o roubo de uma máquina específica. Essa máquina valia em torno de 600 mil reais. A gente não conseguiu prevenir, porém a gente conseguiu muito rapidamente saber que tinha acontecido esse roubo e o produto foi recuperado em menos de 24 horas, intacto, e aí a dona do produto, a dona dessa máquina conseguiu seguir viagem. Tivemos no interior do Norte, não vou me recordar exatamente qual estado, um tombamento de um caminhão que levava produtos de valor alto e houve saque. Eram produtos que não era, por exemplo, está saqueando carne. Não era produto que dava para você vender em mercado da esquina. Eram pequenas máquinas também e aí a gente foi no rastro de todo aquele saque e a gente conseguiu recuperar mais ou menos 80, 85% da carga. Quando isso acontece, Cássio, claro que a gente, os nossos operadores lá ficam acompanhando, eles não querem, óbvio, que aconteça nenhum sinistro, mas quando acontece você vê aquela movimentação dentro da sala, é uma loucura. É ligando, procurando, olhando no satélite onde está nos painéis, já fazendo um trabalho de inspetor, de policial mesmo, uma questão (inint) [00:10:44]. 

Cássio Politi: Dando o primeiro passo que a polícia vai dar, não é? 

Claudete Gonçalves: Exatamente. Ali tem um galpão, aqui tem uma mata, já orientando os passos de quem está lá em campo e até mesmo da polícia, para recuperar mais rápido. E quando recupera, mesmo que não seja tudo, como foi esse caso lá do Norte, mas quando recupera é uma festa dentro, porque a gente sabe o quanto é difícil, principalmente quando é roubo. Os ladrões estão sempre muito a frente da gente em qualquer situação. Quando a gente consegue recuperar é uma festa. A gente tem poucos casos, porque como a gente está fazendo gestão de risco, a gente está tentando prever tudo antes, acontece pouco, mas quando acontece, a gente tem uma chance de sucesso de recuperação muito grande. 

Cássio Politi: Isso é ótimo saber. É uma pena a gente ouvir que o nosso país ou o nosso continente tenha isso. São quadrilhas muito profissionalizadas. Imagino que somente o desafio para vocês e para todos que trabalham com segurança. Eu queria entender o seguinte: tem cargas mais visadas do que outras? Quando vocês falam: esse cliente aqui, putz, tem uma determinada carga que é muito visada e tem algo que possa ser feito justamente para aquele tipo de carga mais visada? 

Claudete Gonçalves: É engraçado, Cássio. Tem cargas mais visadas e elas são sazonais. Eu também fiquei um pouco boquiaberta com isso quando fizemos a reunião lá na torre. Por exemplo, roupas femininas, qual é o período de maior roubo? 2 meses antes do Dia das Mães. Dia das Mães é em maio. De março, abril e o próprio início de maio são cargas visadas. 

Cássio Politi: Que coisa, não é? É a cadeia. É o tempo de chegar. Eles também têm uma cadeia de distribuição, ilegal, clandestina, criminosa, mas é uma cadeia, não é? 

Claudete Gonçalves: Sim. Bibi (inint) [00:13:04]. Final do ano, mais ou menos outubro, começam os desvios. Por quê? A gente tem a virada do ano, tem o Natal, então também é organizado. Esse tipo de crime também é organizado e também é previsto com antecedência, porque precisa abastecer a cadeia. 

Cássio Politi: Muito curioso isso. Aí tem alguma… vamos dizer, o sistema deve ser inteligente para isso ou é a equipe que é inteligente para isso? No dashboard tem um verde escuro para essa carga mais visada ou isso é uma questão de operação, do tipo: turma, aqui, saindo de São Paulo para o Paraná tem ali uma carga que é bom tomar cuidado. Como é que é? O sistema é inteligente a esse ponto ou a equipe é inteligente a esse ponto? 

Claudete Gonçalves: A nossa equipe é inteligente em gerar informação. Antigamente, já foi muito mais no feeling. Agora não. Agora eles têm apoio das informações que são geradas. Tanto do produto que está sendo carregado como do destino, a origem e destino, eles têm todas as informações para estarem mais atentos ou não. O próprio mapa de carga já vai te alertando: olha, aqui, ao longo da viagem, pode ter acontecido alguma coisa ali. Um caminhão, acidente, e o caminhão vai ficar muito tempo parado. Já é um alerta. As informações, além do know-how, além do que já foi dado para os sistemas como inteligência prévia, tem aquilo que vai acontecendo ao longo da viagem também. E aí é o sistema ajudando o operador a todo momento. 

Cássio Politi: Claudete, me fala uma coisa: a internet no Brasil, eu não sou um crítico voraz, eu acho que recentemente estava nos Estados Unidos, acho que a nossa não fica devendo nada nas grandes cidades. Sempre a gente coloca essa observação em negrito. Não fica devendo nada em São Paulo, Rio, Brasília, Salvador, grandes cidades. Você tem ali 4G, agora 5G, com muita qualidade. Você vai para a Califórnia, Nova Iorque, eu, pelo menos, não sinto nenhuma saudade quando eu estou lá. Acho que a gente está pau a pau. O problema é que o Brasil é muito grande e eu não sei dizer o resto do Brasil. Quando digo o resto do Brasil, não estou aqui menosprezando ninguém, estou dizendo só assim, nas estradas. Você pega o carro, vai viajar para o interior, tem alguns momentos ali que você fica sem internet, faz sombra ou a internet fica muito lenta, fica 3G, fica o Ezinho. Imagino que isso seja uma barreira. Como é que impacta para vocês a cobertura que a gente tem de internet no território nacional? 

Claudete Gonçalves: Aí não tem muito o que fazer. Não tem milagre mesmo, Cássio. Além do que é produzido de forma automática, também tem alguns apontamentos que o caminhoneiro tem que fazer ao longo de uma viagem. Exemplo: principalmente se ele comprou o nosso cartão de frete, se ele utiliza o nosso cartão de frete. Parei para abastecer, passei nesse pedágio X, então minimamente a gente tem a informação de onde ele está passando. Agora, é óbvio que a gente tem que escolher as rodovias que possam nos gerar integração de dados mais fácil. Esse roubo que eu te falei, a gente estava no interior, se não me engano, do Pará, mas posso estar errada, e também foi uma pergunta interna: como é que conseguiram tão rápido? Já não foi tão rápido, tanto que houve um saque, foi o tombamento, que levou mais ou menos 3 dias para se recuperar tudo, então não foi uma coisa tão rápida quanto você chegar no roubo de uma máquina de 600 mil aqui no interior de São Paulo e conseguir em menos de 24 horas. A gente conta com essa barreira e essa barreira é impeditiva também. Estamos esperando, torcendo para que o 5G chegue em mais pontos do Brasil, sim, porque aí a gente vê aquela velocidade em milissegundos e tudo acontece muito mais rápido. 

Cássio Politi: É, vamos torcer. Vocês geram muitos dados, coletam dados. Você deu mais um exemplo que eu nem tinha atinado ainda, o cartão, que é um cartão de pagamento, um cartão de débito, de crédito, imagino que seja algo assim, Claudete, que o caminhoneiro, a frota contrata para o caminhoneiro. A empresa, dona da frota, contrata para o caminhoneiro usar. É isso, não é? Ele vai usando como um pré-pago, um crédito, algo do tipo, não é? 

Claudete Gonçalves: É isso. Era uma empresa que nasceu dentro da Pamcary, mas ela se desvinculou, ela cresceu tanto que acabou se desvinculando da Pamcary, então hoje é uma empresa à parte. Óbvio que a gente sempre indica, parceria de mercado, eles, mas substituiu a antiga carta frete, que era aquele dinheiro dado ali na hora. Agora é um cartão onde ali está creditado certinho tudo. Você, nessa rota, vai gastar 100 reais de pedágio. Nessa rota você vai gastar mil reais de combustível. Já tem os pedágios que você vai passar, os postos de gasolina parceiros que você vai passar, e o resto disso daqui é o seu frete. Então é um cartão, como se fosse um cartão de crédito mesmo, um cartão pré-pago. Ele vai utilizando esse crédito. 

Cássio Politi: Tudo isso vai gerando dados, não é? Esse era o ponto que eu queria chegar. Você tem ali, como você falou no começo, dashboard, que vai mostrando por onde o caminhão está indo. Imagino que tudo aquilo vai gerando dados. Você vai, talvez, em tempo real, mostrando e coletando e armazenando aqueles dados da rota feita pelo caminhão. Para quem tiver alguma dificuldade de entender, pensa no waze, como a gente usa no carro, que é a mesma coisa, principalmente o Google Maps, que te registra exatamente por onde você foi, por onde você passou. Até assusta depois quando você vai olhar o histórico que ele sabe tudo que você fez nos últimos anos, por onde você foi. Coisa de que nem você lembrava ele sabe. A mesma coisa, vocês, com uma finalidade de segurança, registram isso. O que eu queria te perguntar é: você soma esses dados de satélite, de deslocamento, dados do cartão, onde ele abasteceu, onde ele passou no pedágio e tudo, dá para tirar insights a partir daí? Dá para você começar a fazer determinadas projeções a partir daí? O comportamento passado indica comportamento futuro, então se existe um determinado comportamento, a partir apenas dos dados já identifica um risco maior. Existe isso ou eu estou aqui fazendo um pouco de ficção científica? 

Claudete Gonçalves: Não, existe, sim. A história da Pamcary mostra isso. Começou com um produto só. Olhando para o futuro, já foi agregando outros produtos ali para trazer valor, sempre com o objetivo de diminuir sinistralidade. Todos os dados que são gerados, eles geram um novo negócio, isso já aconteceu. Estava conversando com você, a torre de operações é isso, é um setor que nasceu como apoio a alguns produtos de dentro da Pamcary e possivelmente a gente gostaria que, em algum momento, ela por si só gerasse também valor, fosse vendido o serviço dela unicamente. Por enquanto não, é apoio aos produtos que nós já temos. Se a gente olhar para o futuro, a gente vê oportunidade, sim, muitas de novos produtos a serem criados. Acho que a Pamcary deve criar algum produto em algum momento novo, olhando justamente para o que a gente tem de informação versus o que o mercado está demandando. 

Cássio Politi: Perfeito. Só para a gente fechar: os grandes usuários, Claudete, desse tipo de serviço, quem são hoje? Claro que eu não estou aqui pedindo, abrindo nenhuma informação confidencial, é óbvio, mas por categoria, quem mais faz seguro de carga? É aquele que transporta commoditie? É aquele que transporta um produto tipo eletrônico, celular, que a gente sabe que são muito roubados na cidade? Quem é o grande usuário de seguro de carga? 

Claudete Gonçalves: Os nossos maiores clientes são a própria logística, empresa de logística, ou os embarcadores. Se a gente falar de produto, Cássio, são esses que você falou: eletrônicos, é muito visado, qualquer coisa que tenha borracha, exemplo: pneu. Pneu também bastante segurado, valor alto. Máquinas, principalmente máquinas específicas, que são feitas sob medida para algum cliente. Esse exemplo que eu falei aqui no interior de São Paulo. Mas se eu fosse arriscar o maior assim seria eletrônicos. 

Cássio Politi: Perfeito. Poxa, Claudete, que papo interessante. Trouxe aí uma realidade que acho que acaba fazendo parte do nosso dia a dia, porque esses produtos chegam até nós, direta ou indiretamente. Às vezes uma máquina que está sendo transportada para fabricar alguma coisa vai acabar chegando até nós como consumidores finais, mas principalmente a gente entende o que é o transporte de carga, é fácil visualizar isso, embora a gente não esteja nesse mercado. Quero te agradecer muito por trazer esse papo tão interessante e mostrando mais uma vez como a tecnologia funciona como meio, não como fim, que é o propósito aqui do podcast. Te agradeço muito. Obrigado, viu, Claudete? 

Claudete Gonçalves: Eu que te agradeço, Cássio. Estou à disposição para o que precisar. Agora, bem no finalzinho do nosso podcast, meu cachorro resolveu dar o ar da graça. Tempos de home office. 

Cássio Politi: É uma pena que não deu para ouvir bem, porque eu adoro cachorro. Acho que a maioria das pessoas que ouve adora. Ele é muito bem-vindo aqui no palco. 

Claudete Gonçalves: Bacana. 

Cássio Politi: Muito bem. Vamos chegando, então, ao final do Think Tech de hoje. Monitorar o Brasil não é fácil, porque é uma área enorme. Nem você conseguiria monitorar tudo, hein, Sara? 

Sara: Olha, Cássio, é realmente difícil monitorar um país tão grande. O Brasil tem mais de 1 milhão e 700 mil quilômetros de estradas. Apenas 12% delas são pavimentadas. Então é uma malha rodoviária gigantesca. 

Cássio Politi: Fazer a conta aqui, Sara: 12% de 1 milhão e 700 mil, isso dá mais ou menos 200 mil quilômetros de estradas asfaltadas, o que significa que o resto, 1 milhão e meio, é tudo estrada de terra, o que complica para você monitorar, vigiar. 

Claudete Gonçalves: Exatamente. Considere que todas essas estradas ficam sob a responsabilidade de órgãos diferentes. De cada 10 estradas brasileiras, 7 são estaduais e 3 são federais. 

Cássio Politi: É complicado mesmo, não é? Daí o motivo de ter tanto roubo de carga, infelizmente. É isso aí. Think Tech de hoje fica por aqui. Até a próxima, hein?