Cássio: O Think Tech está no ar, meu nome é Cássio Politi, e junto com a Algar Tech nós vamos embarcar nessa jornada de repensar possibilidades. No episódio de hoje, a gente faz uma imersão e transformação digital nas grandes empresas, e eu tenho sempre o prazer de anunciar, no começo do programa, a nossa especialista virtual em negócios da Algar Tech, a Sara. Sara, colocar um pé no mundo digital está em pauta nas grandes e também nas empresas pequenas, não é, Sara?
Sara: A digitalização e a transformação digital são prioridades no mercado, sim, Cássio. De acordo com o (Gartner) [00:00:55], 91% das empresas estão engajadas em alguma forma de iniciativa digital, e 87% dos líderes empresariais dizem que a digitalização é uma prioridade neste momento.
Cássio: Para o bate papo de hoje, eu tenho a satisfação de receber o Joaquim Garcia, que é VP de tecnologia e transformação da Pague Menos. A Pague Menos é essa rede gigante de farmácias no Brasil que já entrou nas nossas vidas, é a segunda maior rede do Brasil, Pague Menos e Extra Farma, tem 1600 lojas em 368 municípios em todos os estados. São 25 mil colaboradores, hoje é um hub de saúde, tem unidades de clinic farma em 900 lugares, 900 pontos, 900 unidades que trabalham como clinic farma em todas as regiões do país. Joaquim, grande prazer receber você aqui, obrigado por aceitar o convite para essa conversa.
Joaquim Garcia: Eu que agradeço, falar sobre a Pague Menos é sempre um prazer para a gente, e estou interessadíssimo, vamos lá, super bacana.
Cássio: Legal, é muito bom ter você aqui, eu queria falar de um conceito, primeiro, Joaquim, de tecnologia como meio e não como fim, nosso podcast existe, basicamente, para trazer essa mensagem, é meio que o lema do podcast, mas eu acho que também é uma mentalidade bastante difundida entre gestores de TI, está certo, Joaquim?
Joaquim Garcia: Eu acho que cada vez a gente quer se aproximar mais do fim, do negócio da empresa, a gente quer atuar como um parceiro do negócio, mas, de fato, a gente passa, ainda, aquela grande mensagem de ser meio, agora, não é por ser meio ou por ser fim que a gente não tenha uma atuação voltada dentro da tecnologia para uma estruturação, para atender melhor o negócio, ser meio ou ser fim, para a gente, hoje, é uma continuidade do que a gente quer entregar para o negócio, ora meio, ora fim. Bacana. Acho que hoje a tecnologia está mudando muito esse chapéu, e isso traz para a gente uma relevância muito grande, porque é aquela coisa, ainda mais no varejo, nós somos uma rede de varejo, quando você tem essa necessidade de aproximação do negócio, de fomentar, levar inovação, as transformações, o quer que seja, a gente tem que estar bem preparado atrás, e quando a gente falha, a gente causa um impacto, uma alteração muito grande. Fim ou meio, a gente está lá sempre no incêndio, correndo atrás, e tentando levar coisas novas.
Cássio: Vocês são meio que o goleiro da empresa, não é?
Joaquim Garcia: Eu diria hoje que a gente é goleiro, é meio campo, atacante, ainda mais nesse ano de Copa do Mundo, lembrando, tem mais uma coisa, a gente é patrocinador da Copa do Mundo, da Seleção, desculpe, na Copa do Mundo, muito bacana também. Mas sim, (inint) [00:04:09] a gente está jogando em todas as áreas.
Cássio: Eu brinquei com essa coisa do goleiro porque é aquilo, sempre está ali cuidando para as coisas darem, quando dá errado, é muito lembrado, mas volta e meia pega um pênalti, volta e meia até o goleiro vai lá para a grande área e faz um gol no adversário. E as empresas, hoje, estão se esforçando muito, acho que é o caso de vocês também, para se adequarem à transformação digital, e acho que é legal, Joaquim, a gente pensar em alguns pilares, você consegue enxergar a transformação digital, essa adequação à transformação digital baseada em determinados pilares?
Joaquim Garcia: Sim, Cássio, acho que a gente vem fazendo, geralmente, a gente tem conversado, eu com meus pares no mercado, a gente tem conversado muito sobre transformação digital, e quando a gente vai a eventos, a gente vê os assuntos que são tratados, a gente sempre quer mostrar o que a gente fez para o negócio na ponta, eu acho que isso que você comentou de pilar é muito importante porque vira um pouco o olhar para dentro da tecnologia e não só o negócio, acho que hoje eu vou focar um pouco nisso, falar dos pilares dentro da tecnologia para suportar essa transformação digital do negócio. Eu vejo sim, acho que, basicamente, a gente fala de três coisas, de autoridade, de ativação e de execução, para mim, são esses três pilares, se eu pudesse descrever cada um deles, basicamente, depois a gente pode até aprofundar mais (inint) [00:05:39], a autoridade, a gente está posicionado nos ecossistemas de empreendedorismo e de inovação, eu acho que isso é o primeiro passo para a gente atuar nos outros, que é a ativação e depois a execução. E a ativação é despertar na companhia uma mentalidade de agilidade, de startup, porque apesar de a gente ser esse gigante, mais de 1600 lojas hoje, a gente tem que ser ágil, porque o mercado pede essa agilidade, e tão difícil quanto esses dois é a gente executar, não tem muito o que explicar não, é como a gente habilita tudo isso que a gente vem buscando nesses dois passos anteriores de autoridade e ativação, a gente habilita para entregar, aí sim, a melhor transformação digital para a empresa. É um pouco isso, os três pilares, mas eu já vou até aprofundar, Cássio…
Cássio: Eu ia fazer isso, eu ia falar “vamos entrar em cada um deles”, acho que fica legal.
Joaquim Garcia: É bacana, acho que fica uma continuidade, vamos lá. Dentro de autoridade, o que é buscar essa autoridade que eu falei? Como a gente se torna reconhecido, de alguma forma, contribuindo e sendo atrativo nesse ecossistema de startups? Uma coisa que a gente fez, primeiramente, foi marcar presença nos momentos de inovação possíveis de estar próximo, por exemplo, eventos do Sebrae, eventos de núcleos de inovação, startup (inint) [00:07:27], a gente tem proximidade com a Associação Brasileira de Startups, a VTEX, que é um parceiro forte nosso no e-commerce, mídias, aqui do Nordeste, principalmente, jornais, a gente se aproxima muito desse ecossistema para que a gente seja reconhecido como alguém que está dentro desse ecossistema. Mais fundo ainda, a gente mergulhou nos próprios ecossistemas, nos hubs de inovação, eu gosto de falar um pouquinho desse assunto, do nome dos ecossistemas do Brasil, eu estou em Fortaleza agora, a matriz da Pague Menos é aqui, a gente passeou por Manguezal Valley, pelo Caju Valley, pelo Jerimum Valley, Cajuína Valley, olha que bacana, a gente passou por 49 hubs de inovação, 49 valleys, vamos dizer, copiando um pouco o que o Vale do Silício faz, e, com isso, a gente chegou muito próximo desses hubs todos para a gente conhecer quem são as startups que estão circulando, orbitando em volta desses hubs, para que a gente buscasse ser reconhecido como uma empresa que quer estar próxima deles. Isso, para a gente, foi muito interessante, não só isso, a gente se aproximou da (soft tech) [00:09:04], a gente se aproximou também, eu falei do Sebrae, do distrito, da própria Associação Brasileira de Startups, isso, para a gente, foi muito rico, e isso abriu muitas portas, abriu portas dentro de um contexto de inovação que a gente começou a fazer nesse quesito de autoridade, que foi dar a visibilidade para a gente desenhar nosso road map, a nossa estratégia de transformação, vou dar um exemplo do que a gente veio fazendo, claro que isso tudo foi planejado lá atrás e hoje a gente está colhendo o que acontece. Quando eu falo que a gente pensou primeiro, a gente chegou aqui, deixa eu pensar, julho… junho, julho, de 2020, a gente olhou para a tecnologia e falou “como a gente muda isso aqui? Como a gente cria essa autoridade?”, além dessa aproximação dos hubs de inovação, a gente criou um fast dating, que é um evento interno nosso de pitch para startups, olha que legal, a cada dois, três meses, a gente faz um (encontro desses) [00:10:24], a gente, hoje, tem um banco de dados, e nesse banco de dados já temos quase 300 startups inscritas, e a gente faz uma curadoria, para cada um desses fast datings nesse evento bimestral, trimestral, a gente chama dez para se apresentarem, e para se apresentar para quem? Não é para o Joaquim, é para toda a diretoria da Pague Menos que tem os desafios acontecendo a cada momento, então, a gente faz essa curadoria para a gente tentar trazer, naquele momento, o que a companhia está precisando, e a gente apresenta aquelas startups que tem mais (fit) [00:11:06] com o momento da empresa, e a gente passou, do primeiro ao quinto, a gente já fez, cinco, seis até, a gente começou em uma evolução muito legal, os primeiros não davam muito match, a gente tinha uma startup que apresentava o pitch dela e, poxa, uma diretoria gostava, das dez que se apresentaram, a gente teve um match, no segundo já foram três, a partir do quarto, o quarto, o quinto, o sexto, a gente já teve match de sete a dez empresas para fazerem uma prova de conceito aqui dentro, ou, muitas vezes, já atuar diretamente conosco, e isso é importante, porque a gente atrai toda a nossa diretoria, a gente contextualiza, e com isso, a gente cria a cultura do (ágil) [00:11:51] aqui dentro, a cultura da startup, a mentalidade da startup, e aí a gente entraria naquele segundo pilar, mas eu deixo para falar desse segundo pilar mais lá na frente.
Cássio: Mas eu acho interessante, eu estava pensando exatamente nisso, é isso que eu ia te perguntar, quando você traz para próximo da empresa, da Pague Menos, esse mundo de startups, não são só as startups que se modificam, ou que ganham com isso, eu imagino que isso, de alguma forma, mexa na cultura, fortaleça essa cultura digital, está certo, Joaquim? É algo que parte de dentro para fora, do tipo primeiro a gente tem a cultura de inovação, e aí a gente vai falar com as startups para que tenha uma conversa natural, do contrário, você tem dois mundos se chocando ali, é um ambiente de troca? À medida em que vocês falam mais com elas, a cultura de inovação também permeia mais a própria Pague Menos?
Joaquim Garcia: Não tenho dúvidas. Você começou falando, é um jogo que ganha, todo mundo ganha, nós, como empresa, que está buscando essa aproximação, a gente ganha muito, porque ganha em braço, porque a startup já está com o produto dela, de alguma forma, testado, então já traz alguma coisa que a gente poderia, ainda, investir um tempo para desenvolver, para a gente, a gente ganha um braço, ganhou tempo, ganhou custo, porque ao invés de pararmos para desenvolvermos mais isso, concorrer com outras coisas que estão acontecendo na companhia, a gente traz uma força muito grande. Ganha a startup, ela entra em um outro ciclo, ela começa a entrar em um ciclo aliada à uma empresa tão grande como a nossa, com uma capilaridade gigantesca, ela entra em um ciclo de tracionamento muito grande, e ganha, também, o país, porque a gente fomenta esse mercado, as pessoas veem que investir em suas empresas pode ter uma visibilidade maior, e isso é bom para o país e para as pessoas em geral.
Cássio: Claro.
Joaquim Garcia: Então, a gente é um acelerador, a gente passa a trabalhar como um acelerador do empreendedorismo do Brasil, acho muito bacana isso, e pegando na segunda parte da sua pergunta, a gente olha e fala “como a gente faz agora para se encaixar com uma empresa que é muito mais ágil que a gente, que não tem determinadas preocupações, com governança”, e como a gente traz essa empresa que está começando para dentro, que incorpora dentro de uma empresa que já está estabelecida, e tem toda uma governança, faz a gente pensar em como viabilizar tudo isso, a gente mexe com as pessoas todas, de todas as áreas da empresa. A gente olha com o jurídico, a gente entra com compliance, a gente entra com governança, e todo mundo tem que parar e pensar, mas essa empresa é uma startup, como a gente adapta alguns processos dela e nossos para que essa coisa aconteça sem prejudicar um ou outro? É fantástico, e a gente começa a pensar no que você falou, que é transformação digital, como a gente junta esses mundos todos de uma empresa tão grande quanto a nossa, com uma empresa tão pequena, que vai ajudar a gente (inint) [00:15:13], bacana isso.
Cássio: Eu acho bem legal. Vocês tem iniciativas internas? Eu estou entrando no segundo pilar por conta própria, o pilar da ativação, que você falou, despertar na companhia a mentalidade, agilidade, startup, tudo. Vocês tem a universidade corporativa, não é? Aí dentro, a UP Farma. Isso vem nesse sentido também? De difundir essa cultura dentro da empresa? E de que forma isso é feito, Joaquim?
Joaquim Garcia: Sim, a UP Farma é um negócio bacana. Quando a gente fala de ativação, a gente tem diversos pontos, eu vou começar falando pela UP Farma, que você puxou, bem legal. A UP Farma é uma universidade corporativa que tem diversas trilhas de formação, e a gente olhou para dentro da tecnologia também, e a gente falou “como a gente entra nisso também?”, em um momento de falta de mão de obra da tecnologia dentro do Brasil, a gente tem um desafio grande, nesses próximos cinco anos, a gente vai ter quase 400 mil vagas a serem preenchidas, e com uma formação de menos de 20 mil, 30 mil, por ano. Então, como a gente faz isso? A gente não vai preencher essas 400 mil vagas nunca, se a gente depender só das universidades que estão por aí, dos cursos técnicos, então, a gente olhou para dentro de casa, já com a UP Farma, que é nossa universidade corporativa, a gente falou “vamos desenhar alguma coisa para a gente, de tecnologia”, a gente bolou um negócio muito bacana, que é uma trilha de formação de devs, devs são os desenvolvedores. Então, com essa falta que a gente tem no mercado, como a gente bolou isso, olha que negócio bacana, a gente fez o seguinte, pegamos todos os nossos tech de desenvolvimento, os tech são todas as linguagens, todas as tecnologias que a gente trabalha para construir as nossas plataformas de sistemas, as nossas soluções em geral, e a gente olhou e falou “mas como a gente vai fazer para dar curso disso?”, buscamos parceiros, vou falar até nomes aqui, não sei se você me permite, Cássio, mas (inint) [00:17:32]…
Cássio: Fala o que você quiser, Joaquim.
Joaquim Garcia: A gente buscou parceiros, encontramos na Alura, um grande parceiro com um conteúdo maravilhoso, fizemos, a partir dessa parceria com eles, e a definição do nosso conteúdo programático, os nossos tech, entendemos que a gente podia criar nossa up code, que é nossa trilha de formação de devs, e a primeira turma nasceu no final do ano passado, com 30 pessoas, e foi um projeto super legal, porque a gente tornou esse projeto inclusivo, Cássio, a gente optou por dois terços dessa turma serem de pessoas da empresa, mas de um nível de atendentes de loja e de trabalhadores dos nossos centros de distribuição, para a gente dar um upgrade dentro da capacitação dessas pessoas, e a gente reservou um terço dessa turma para um programa social nosso, a gente escolheu dez pessoas de comunidades econômica e socialmente vulneráveis aqui de Fortaleza, então, essas 30 pessoas passaram, no todo, oito meses em formação, os três primeiros meses em uma formação junto com o (streaming) [00:18:54], como eu te falei, os próximos três meses já vieram para cá, para dentro do nosso núcleo de tecnologia, trabalhando part time, ora em tecnologia, desenvolvendo e aprendendo com nossos programadores, desenvolvedores, e ora, ainda, em (streaming) [00:19:09], e nos últimos dois meses, então, a gente já colocou eles aqui full time, e tivemos excelentes surpresas, é um programa que funcionou. Isso é ativar o digital, ativar o (ágil) [00:19:22], ativar essa mentalidade de startup, a gente tem que ser um pouco ágil, se o mercado não nos fornece mão de obra, a gente tem que ter essa agilidade de repor aqui. E dentro desse processo como um todo, de internalização, de cultura digital, de ativação, além dessa da UP Code, a gente tem outras ações também, por exemplo, a gente criou, aqui, a Semana da Inovação, não basta apenas você falar “agora eu sou digital”, e aí você fala “como você vai convencer os outros 20 mil que a gente está mudando?”, a gente começou a falar, o que a gente faz, então, a gente criou a Semana da Inovação, o que é a Semana da Inovação? A gente trouxe pessoas de fora, pessoas aqui dentro que são experts em transformação digital, no digital também, a gente trouxe tanto executivos externos quanto executivos internos para falar, durante uma semana, sobre o assunto, e olha que legal, a gente trouxe, também, na época, o secretário de Transformação federal, do Governo Federal, que hoje é o Ministro de Tecnologia e Transformação do Governo Federal, olha que bacana.
Cássio: Muito.
Joaquim Garcia: É isso que a gente está fazendo, a gente está buscando o melhor para que a gente possa trazer para cá, para dentro desse conceito, e o conceito ir sendo disseminado, porque não adianta a tecnologia mudar, a empresa tem que mudar como um todo, e foi um movimento muito bacana, você sabe que isso deu para gente muita coisa, esses dois primeiros pilares que a gente conversou de criar autoridade, de fazer essa ativação, foi muito legal, porque passou para a gente, Cássio, a gente subiu mais um degrau, e o mercado reconheceu, que mercado? A própria Associação Brasileira de Startups fez uma eleição, que eles fazem anualmente, no mundo corporativo, quais são essas empresas que mais se destacam nesses ecossistemas…
Cássio: Eu vi isso.
Joaquim Garcia: Então, rapaz, você viu lá nosso nome?
Cássio: Vi vocês lá, top 10.
Joaquim Garcia: Top 10, olha que bacana, isso, para a gente, é um super, mega, blaster, a gente brinca aqui dentro, e a gente (inint) [00:21:49] …
Cássio: Já não é mais um auto elogio, não é uma coisa nós fazemos, já é alguém de fora reconhecendo, não é, Joaquim.
Joaquim Garcia: Sensacional, a gente está do lado de nomes fantásticos, que para a gente são, também, inspiradores, Magazine Luiza, naquele ímpeto deles de transformação, foi sensacional, então, a gente estar entre os dez junto com Magazine Luiza, junto com Bradesco, para a gente, é sensacional, foi marcante mesmo nesse 2021, 2022, foi muito bacana, e isso também, a gente teve outras surpresinhas boas dentro desses reconhecimentos todos, a IstoÉ Dinheiro fez uma publicação das melhores, e dentro dessas melhores nós fomos a primeira dentro de inovação e qualidade, que foi o quesito, o item que nós nos enquadramos, o primeiro, na frente de Lojas Americanas, a gente falou “caramba”, (inint) [00:22:48] e a Americanas, que tem tanta tecnologia e penetração no mercado com tudo que eles fazem, que também é muito bacana, a gente ficou à frente deles, para a gente, foi um reconhecimento daquela criação da autoridade, da ativação do que a gente vem fazendo, para a gente, foi muito bacana, Cássio, acho que isso é impagável, e nosso time só se empodera, porque mostra que está no caminho certo, e as outras pessoas as quais a gente está tentando cooptar, no bom sentido, para a gente trazer e implementar essa mentalidade de inovação e transformação, elas ficam orgulhosas, a nossa TI está trabalhando certo, então a gente vai atrás também, isso que é legal.
Cássio: E nesse espírito, Joaquim, eu fico pensando o seguinte, vocês estão falando de inovação, vocês estão próximos de startup, isso, eu associo, na minha cabeça, muito, ao empreendedorismo. Agora, dentro de uma empresa, você, quando tem uma carreira em uma empresa grande, como é o seu caso e dos seus colegas, você não está ali para empreender, e aqui eu não estou fazendo nenhum juízo de valores, não estou falando que empreender é o caminho, não, são dois caminhos, dois dos muitos caminhos possíveis para a gente tocar nossa vida e ter sucesso na carreira, empreendedorismo, carreira dentro da empresa. Só que eu já vi muito acontecer nas empresas o seguinte, quando ela fomenta esse espírito de inovação, pensar com esse sentimento de dono, você acaba fomentando o intra empreendedorismo, você acaba estimulando muito isso dentro das empresas, e a empresa tem a ganhar, o colaborador também tem a ganhar, porque ele vai viver muito com muito mais realização, isso acontece aí dentro, Joaquim?
Joaquim Garcia: Uau, legal que você tocou nesse assunto. A gente tem um mega case, acho que eu posso mencionar, a estava muito preocupado, dentro daquela hora da criação da autoridade, da ativação, como a gente falou, daqueles pilares, está bom, e agora, o que a gente faz? Entra muito naquele terceiro pilar da execução, a gente pensou e falou “a gente está fazendo um trabalho legal no open innovation”, a gente está buscando gente de fora, e a gente olhou e falou o que a gente chama de (inint) [00:25:16], que o mercado chama de closed innovation, que é olhar para o seu umbigo e falar “como a gente faz aqui?”, a gente mesmo fazer essa coisa do empreendedorismo, e pensamos, pensamos, a gente criou um programa super legal, um programa de intra empreendedorismo chamado Garagem de Ideias. O que consistiu isso? A gente abriu para a companhia, a gente montou um portal, a gente abriu para a companhia esse portal e falou “deposite aqui a sua ideia”, mas a sua ideia vai ser implementada por você, se ela for uma das eleitas ao final do processo. Tivemos 164 ideias inscritas, para a gente foi, caramba, tivemos o reconhecimento, a gente abriu lá um mês, naquele um mês as pessoas começaram a pensar, pensar, e por que a gente deixa um mês, Cássio? Porque se você deixar quatro meses, seis meses, as pessoas vão colocar qualquer e não pensar, ter aquela primeira luz, que aquela primeira ideia que dá para a gente as boas ideias, não aquela ideia que você fica podia ser assim, podia ser… não, o cara falou “estou precisando disso aqui, preciso disso aqui para o meu negócio, para eu trabalhar melhor aqui na companhia eu preciso ter isso”, então, colocadas as 164 ideias, a gente fez, dentro do programa, um processo de análise dessas ideias, pegamos 40 dessas ideias e empacotamos, envelopamos elas todas junto com cada um dos idealizadores, e chamamos os futuros empreendedores, vamos dizer assim, naquele momento, e falamos “você sabe defender essa ideia aqui?” e ele “eu tive a ideia, defender eu não sei se tenho muita base”, vamos lá, a gente vai te dar toda a base para você defender essa ideia para que ela seja uma das selecionadas na frente, a gente participou com eles de workshops, mostramos como se criava um Canvas, que é todo template que você coloca o que você enxerga daquela sua ideia, como você viabilizaria aquela ideia, quem poderia ser os stakeholders daquela ideia, ou seja, o cara está começando a olhar para o negócio dele e falar “estou formatando a minha ideia para virar alguma coisa, virar uma empresa”, e a gente começou, também, a ajudá-los na questão de quem eles dependem, do que eles precisariam. Pronto, feito aquele Canvas, e nos workshops a gente ia fomentando aquela ideia de apresentação, essas 40 ideias foram, dentro de tecnologia, avaliadas, eles apresentaram para a gente, e dez foram escolhidas para apresentarem para os executivos da empresa, olha que bacana, a gente pegou dez pessoas de operação, de todas as áreas da empresa, tecnologia também, mas jurídico, pessoas que trabalham na área de expansão, em loja, sensacional, essas dez pessoas, a gente deu um banho de apresentação nelas, elas apresentaram maravilhosamente as ideias delas para o board da empresa, e o board escolheu três, a gente, hoje, está com a primeira delas em andamento, as outras duas a gente está buscando agora como funding para fazer os MVPs, e a gente vai colocar no ar a ideia, e olha que bacana, o primeiro colocado foi premiado em dez mil reais, o segundo em seis mil reais e o terceiro em quatro mil reais, isso a gente mostrou o seguinte, olha que bacana, a sua ideia foi escolhida, vão virar plataformas ou sistemas, o que quer que seja, ou processos novos na empresa, você foi premiado para isso, mas o maior prêmio foi eles aprenderem a fazer uma apresentação, eles construírem uma ideia dentro da cabeça deles, que ele podem vir a serem empreendedores, e como prêmio maior, além do que os dez, seis e quatro mil reais, eles vão pilotar os projetos, eles estarão à frente dos projetos para colocarem as ideias no ar. Tem maior prêmio para um empreendedor do que ganhar condições de levar sua ideia até o fim? Não tem.
Cássio: É isso que eu estava pensando, claro que o dinheiro é sempre bom, o troféu é legal, o dinheiro é o troféu, todo mundo gosta, mas eu imagino que não seja isso que motive as pessoas a fazerem, Joaquim, acho que é muito mais a sensação de sucesso que você proporciona, no fundo, é isso que a gente busca, claro que, de novo, não estou menosprezando, de nenhuma forma, o prêmio em dinheiro, que é um estímulo fortíssimo, sem dúvida nenhuma, mas não é o primeiro, na minha visão, pelo menos eu imagino, se conversar com essa turma, a gente vai chegar a essa conclusão. E aí você acabou entrando, naturalmente, ao falar disso, da execução, mas eu imagino que a execução vá um pouco além, essa iniciativa que você trouxe, do Garagem de Ideias, eu imagino que ela seja uma delas, mas a execução é algo mais amplo e até mais trabalhoso, Joaquim, na sua extensão toda.
Joaquim Garcia: Não tenho dúvida. Você desenvolver conceitos, implementar os conceitos que (inint) [00:30:45], primeiro, desenvolver o conceito, depois informar que esse conceito é o que vai repercutir pela empresa, mas, ao repercutir, você tem essa questão toda da execução, que é um tempo maior, você sai da fase de planejamento agora, e entra no de implementação, e isso tudo a gente veio abarcando, a gente falou do Garagem de Ideias, eu falei do pmenosLab, desculpa, do UP Code, e a gente falou “como a gente dá uma cara para que toda a execução fique vinculada, toda essa nova execução fique vinculada a alguma coisa tangível dentro da empresa?”, o mercado vem criando os laboratórios, então, a maneira que a gente entendeu de vincular essas execuções, que são longas, e não deixar aquela coisa da transformação digital esfriar enquanto você desenvolve essas ideias todas, e essas inovações, a gente acabou rotulando de uma forma do laboratório, e nesse momento foi criado o pmenosLab, pmenos de Pague Menos, e o pmenosLab nasceu com um propósito também, a gente tem um propósito maior dentro da companhia, que é o slogan da gente, que é o viver plenamente, e a gente acabou fazendo do pmenosLab um link com esse viver plenamente, o nosso propósito, a gente está aqui para que? A gente está aqui para conectar as pessoas à experiência de viver plenamente, isso é o pmenosLab hoje. Para executar isso tudo, a gente criou o pmenosLab e toda essa execução vem dentro desse novo rótulo, é um rótulo que a gente traz de health, tech and experience, saúde, tecnologia e experiência, para a gente, foi uma chave de ouro, o presidente da empresa, o Mário, ele entendeu com a gente que era o momento de tangibilizar isso, esse laboratório, e a gente conseguiu desenvolver esse nosso escritório, esse nosso pmenosLab, que é um prédio anexo à companhia, hoje nós somos 400 pessoas e, sim, para desenvolver, agora, o maior tempo, que são as implementações todas, as execuções. E tem várias coisas que a gente vem fazendo, Cássio, as empresas, hoje, não estão mais conseguindo viver sem dados, por exemplo, a gente vê muita coisa, a gente vê, também, dentro do digital, todo e-commerce, a gente algumas vertentes explodindo, a gente vê o crescimento dos apps, dos super apps, dentro da participação do mercado, então, essa fase de execução trouxe para a gente tantas ideias, desculpa, as fases anteriores de planejamento trouxeram tantas ideias que, agora, nessa parte de execução, a gente está tendo que se estruturar fortemente, e o pmenosLab trouxe isso para a gente, para a gente fazer essas entregas. Tem muita coisa acontecendo.
Cássio: Por aí dá para ver, pelo dedinho do pé você vê o tamanho do gigante, você vê que essas coisas colocam a Pague Menos… aquela expressão do inglês, walk the talk, não tem uma tradução fácil para o português, não só falar, mas fazer, meio que o falar é fácil, fazer é que é a questão, e acho que vocês estão fazendo. Joaquim, eu passaria o dia inteiro conversando com você, mas eu acho que, de qualquer forma, você conseguiu fazer algo que é muito difícil para quem expõe ideias, que é começar com um conceito, você falou de três pilares e veio dando exemplos e muito naturalmente explicando como isso foi acontecendo aí dentro, eu acho que, para nós que ouvimos o podcast, deu muito certo, deu para entender muito bem como isso foi estruturado, como a coisa está acontecendo. Eu te agradeço muito por esse papo, Joaquim, as portas estão abertas para a gente, depois, fazer um segundo tempo com mais inovações. Obrigado, Joaquim.
Joaquim Garcia: Cássio, eu que tenho que agradecer, o espaço que você está dando para a gente falar do que acontece dentro da tecnologia é muito bacana, e tudo que a gente faz dentro da tecnologia repercute para dentro do negócio e para dentro da coisa mais importante que a gente tem aqui, que são nossos clientes, acho que isso que é bacana, a gente poder entregar propostas, ofertas de negócio, ofertas de serviços incríveis, muito baseados em uma maneira nova de se fazer. É isso aí, eu que tenho a agradecer o espaço que você deu para a gente.
Cássio: Muito bem, vamos chegando ao final do Think Tech de hoje, eu ouvi falar de intra empreendedorismo pela primeira vez, lá atrás, em 2004, Sara, e me parece que é um conceito que vem se fortalecendo.
Sara: Sem dúvida, Cássio, o intra empreendedorismo consiste em encontrar oportunidades de inovar dentro da própria empresa, a ideia é dar oportunidades aos colaboradores que se interessam por empreendedorismo, criatividade e inovação. Com o apoio da liderança, eles podem desenvolver novos produtos, serviços ou processos, é bem o que o Joaquim nos apresentou hoje.
Cássio: É isso aí, Think Tech de hoje fica por aqui, até a próxima.